Diante do avanço da inflação, que vem refletindo nos últimos meses o realinhamento de preços administrados, como o da energia, a expectativa do BC (Banco Central) é de que o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) acumulado em 12 meses atinja seu pico neste trimestre e permaneça em níveis elevados até o final do ano. De acordo com o presidente da autoridade monetária, Alexandre Tombini, após esse período a trajetória de queda dos preços deverá ser iniciada.
“Os números da inflação impactados pelo realinhamento dos preços relativos cederão lugar a valores que refletirão mais fortemente o corrente estado das condições monetárias, levando à trajetória de queda da inflação acumulada em 12 meses”, disse Tombini nesta sexta-feira (14), em São Paulo, durante seminário sobre riscos e estabilidade financeira.
Em 12 meses, o IPCA acumula alta de 9,56%, o maior resultado desde novembro de 2003, quando ficou em 11,02%. O índice está bem acima do teto da meta de inflação do Banco Central, de 6,5%. A estimativa dos economistas do mercado financeiro é de que a inflação feche o ano em 9,32%, conforme o Boletim Focus.
Sobre a Selic, o presidente do BC disse que o atual patamar da taxa básica de juros, de 14,25% ao ano, deverá ser mantido por período “suficientemente prolongado”.