A presidenta Dilma Rousseff afirmou nesta quinta-feira (11), em Bruxelas, na Bélgica, que a inflação registrada no mês de maio no Brasil – de 8,47% em 12 meses –, a mais alta desde 2003, é “atípica” e não deve levar a população a reduzir o consumo. “Não acho que a população tem que consumir menos. Pelo contrário, acho que a população tem de continuar consumindo”, disse a jornalistas, após participar da cúpula entre a União Europeia e a Celac (Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribe).
Dilma ainda isentou o governo de responsabilidade pelas causas da pressão inflacionária e enumerou fatores que têm acelerado os preços. “A inflação deste ano é uma inflação atípica, é fruto de várias correções. É um objetivo que temos de derrubar e logo. O Brasil não pode conviver com uma taxa alta de inflação, não pode e não vai “, declarou a mandatária.
A chefe do Executivo citou fatores que têm influenciado esse crescimento inflacionário, entre eles a seca no Nordeste e a falta de água no Sudeste. O ajuste cambial foi outra causa mencionada. “Esse ajuste não fomos nós que provocamos, mas sofremos o efeito dele”, destacou, comparando a oscilação do dólar entre 2012, quando estava cotado a 1,60 real, e atualmente, a 3,17 reais.
Dilma teve um encontro reservado em Bruxelas com o primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, do partido de esquerda Syriza, eleito em janeiro para o cargo, e com a chanceler da Alemanha, Angela Merkel. Dilma discutiu com Merkel a visita que a alemã fará ao Brasil em agosto. “Fizemos também uma avaliação da recuperação econômica”, disse. Na conversa com Tsipras, Dilma tratou da crise financeira grega e da política de austeridade implementada no país nos últimos anos.
Ao comentar a crise de 2008, Dilma foi lembrada da declaração do ex-presidente Lula de que aquela turbulência internacional era uma “marola”. “Para nós, naquele momento, foi sim, senhor. Mas depois a marola se acumula e vira uma onda. Sabe por que vira onda? Porque o mar não serenou”, respondeu. (Folhapress)