Sexta-feira, 31 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 31 de janeiro de 2025
"Não tenho outra coisa a não ser chamar os produtores para saber por que o preço da carne, que tinha caído 30%, voltou a subir", disse.
Foto: Reprodução/Redes SociaisO presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que vai conversar com empresários para pedir explicações sobre o aumento dos preços dos alimentos, principalmente do óleo de soja e da carne.
“Quando eu cheguei à Presidência, o preço do óleo de soja tinha caído para R$ 4, agora subiu para R$ 9, R$ 10, ou seja, qual é a explicação?”, questiona Lula. “Não tenho outra coisa a não ser chamar os produtores para saber por que o preço da carne, que tinha caído 30%, voltou a subir.”
Segundo Lula, o aumento dos preços de comida que vão na cesta básica é sempre muito ruim, porque aflige as pessoas mais pobres. “Não tem sentido fazer um sacrifício enorme de fazer políticas públicas para fazer com que o dinheiro chegue na ponta e depois esse dinheiro ser comido pela inflação”, disse o presidente.
Monitoramento
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, disse que o governo fará trabalho de “constante acompanhamento” dos preços dos alimentos. “Vamos acompanhar o que está acontecendo no mundo dos alimentos, as condições, perspectivas, carências. Para que isso, então, possa ser desdobrado em ações”, afirmou após reunião no Ministério da Fazenda.
As possíveis ações para controlar a inflação sobre os alimentos, segundo Fávaro, não incluem, até o momento, ajustes sobre a alíquota de importação. “A reunião de hoje não tratou de medidas”, disse. As reuniões do governo sobre o tema serão realizadas semanalmente.
O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), Paulo Teixeira, disse que a preocupação do governo é como aumentar a produção de alimentos e não sobre adoção de medidas “heterodoxas”.
“O governo não vai adotar nenhuma medida heterodoxa em relação a alimentos no Brasil. Nossa preocupação é como aumentar a produção de alimentos, tendo em vista que aumentou o consumo, isso é muito bom, no Brasil e no mundo”, afirmou Teixeira.
De acordo com Teixeira, a preocupação de Lula é com a oferta de alimentos no Brasil e com os preços dos alimentos da cesta básica. “Vamos regularmente nos reunir para acompanhar a evolução e as tendências da produção de alimentos no Brasil e no mundo”, afirmou Teixeira.
O presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Edegar Pretto, afirmou que a proposta da criação de uma rede popular de abastecimento para regiões periféricas não está em discussão. “Não tem debate sobre isso”, disse.
(Estadão Conteúdo)