O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) registrou inflação de 0,61% em julho, demonstrando uma desaceleração em relação ao mês anterior, quando apresentou taxa de 0,81%, informou o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre).
A variação de preços ficou acima da mediana das estimativas de 19 consultorias e instituições financeiras ouvidas pelo Valor Data, de 0,45%, com intervalo das projeções indo de 0,35% a 0,52%. Com esse resultado, o índice acumula alta de 1,71% no ano e de 3,82% nos últimos 12 meses. Em julho de 2023, o índice tinha recuado 0,72% no mês e acumulava queda de 7,72% em 12 meses anteriores.
“Os três índices componentes do IGP-M apresentaram desaceleração de junho para julho. No índice ao produtor e ao consumidor, apesar da influência da desvalorização cambial e dos reajustes de preços administrados, como gasolina e energia, os índices subiram menos nesta edição. Destaca-se a queda expressiva nos preços dos alimentos in natura, tanto no índice ao produtor quanto ao consumidor. No âmbito do INCC, a alta da mão de obra foi menor, o que contribuiu para o arrefecimento da inflação neste segmento”, diz André Braz, coordenador dos índices de preços do FGV Ibre e responsável pelo indicador, em comentário no relatório.
Com peso de 60%, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-M) subiu 0,68%, uma desaceleração em relação ao comportamento observado em junho, quando registrou alta de 0,89%. O grupo de Bens Finais caiu 0,02% em julho, uma notável desaceleração em relação à alta de 1,08% registrada no mês anterior.
Esse decréscimo foi impulsionado principalmente pelo subgrupo de alimentos in natura, cuja taxa passou de 3,00% para -4,43%, no mesmo intervalo. O índice correspondente a Bens Finais “ex”, que exclui os subgrupos de alimentos in natura e combustíveis para consumo, variou de 0,94% em junho para 0,25% em julho.
IPC-M
Com peso de 30% no IGP-M, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC-M) subiu 0,30% em julho, recuando em relação à taxa de 0,46% observada em junho. Entre as oito classes de despesa que compõem o índice, cinco delas exibiram desaceleração em suas taxas de variação.
O maior impacto veio do grupo Alimentação, cuja taxa de variação passou de 0,96% para -0,84%. Dentro desta classe de despesa, é importante destacar o subitem hortaliças e legumes, que passou de 5,36% na medição anterior para -8,78% na atual.
Também apresentaram recuos em suas taxas de variação os grupos Saúde e Cuidados Pessoais (0,68% para 0,19%), Vestuário (0,42% para -0,16%), Comunicação (0,07% para 0,04%) e Habitação (0,38% para 0,36%).
Nessas classes de despesa, as maiores influências partiram dos seguintes itens: artigos de higiene e cuidado pessoal (1,84% para -0,11%), roupas (0,41% para -0,42%), combo de telefonia, internet e TV por assinatura (0,01% para -0,45%) e taxa de água e esgoto residencial (1,88% para 0,28%).
Em contrapartida, os grupos Educação, Leitura e Recreação (-0,23% para 2,00%), Transportes (0,28% para 0,64%) e Despesas Diversas (0,45% para 1,37%) exibiram avanços em suas taxas de variação. Dentro destas classes de despesa, é importante destacar os itens: passagem aérea (-1,44% para 12,06%), gasolina (0,54% para 1,60%) e serviços bancários (0,73% para 2,44%).
Por fim, com os 10% restantes do IGP-M, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-M) subiu 0,69% em julho, um valor inferior à taxa de 0,93% observada em junho.
Analisando os três grupos constituintes do INCC-M, observam-se as seguintes variações na transição de junho para julho: o grupo Materiais e Equipamentos apresentou um avanço, passando de 0,48% para 0,58%; o grupo Serviços subiu de 0,29% para 0,65%; e o grupo Mão de Obra registrou desaceleração, variando de 1,61% para 0,85%.
Apesar de ser considerado o indicador do mês fechado, para o cálculo do IGP-M e de seus componentes, são comparados os preços coletados do dia 21 do mês anterior ao dia 20 do atual (o de referência) com os do ciclo de 30 dias imediatamente anterior.