Terça-feira, 29 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 5 de agosto de 2017
A busca da JFRS (Justiça Federal do Rio Grande do Sul) por pessoas que têm direito a receber valores depositados em contas judiciais acabou resultando em um inesperado reencontro familiar. Em um telefonema realizado por um servidor da instituição, um jovem de 27 anos descobriu que seu pai, que acreditava ter falecido há muito tempo, estava vivo e morava em um bairro próximo.
Segundo John Lennon Neves dos Santos, o contato com o pai, Domingos Neves, foi perdido aos dois anos de idade, quando ele e sua mãe, Maria Isabel dos Santos, se separaram. Pouco tempo depois, ela recebeu a notícia de que o ex-companheiro havia falecido. Por isso, a surpresa foi grande quando o diretor de Secretaria da 25ª Vara Federal de Porto Alegre, Paulo Gilberto Sangoi, entrou em contato procurando por Domingos.
O pedreiro de 49 anos era uma das milhares de pessoas com ações já encerradas na Justiça Federal e que ainda não havia sacado o valor ganho no processo. Em um esforço para evitar que o dinheiro seja transferido ao Caixa Único da União, Sangoi procurou em diferentes sistemas e bancos de dados até descobrir o telefone de John.
Durante a conversa, o técnico de TV soube que o pai havia ingressado na Justiça há dois anos e que residia na capital gaúcha. “Olha, se estamos falando da mesma pessoa, então lhe informo que seu pai está vivo, mas não estamos conseguindo localizá-lo”, declarou Sangoi.
Sentindo o coração disparar, o rapaz confirmou com sua mãe a data de nascimento de Domingos e decidiu que ia procurá-lo. De posse de informações recebidas de familiares e depois de perguntar a alguns vizinhos, foi até a casa de uma tia, que não conhecia até então, e perguntou pelo “Gueta”, apelido do homem.
“Quando ele apareceu no portão e eu vi que era a minha cara, eu já sabia que aquele era meu pai, mas ainda me controlei” relatou John, que queria fazer algumas perguntas de confirmação. Mas a emoção foi contida por menos de um minuto. “Quando eu falei quem eu era, nos abraçamos e foi aquela choradeira”, contou.
Já Domingos, que teve a inenarrável alegria de reencontrar um filho que nunca deixou de buscar, nem se preocupou muito com o valor que tinha para receber. “Procurei meu filho nos bairros onde tínhamos morado, no achados e perdidos, até no Facebook e no Google, mas o nome estava diferente”, admitiu, emocionado.
Ambos manifestaram gratidão pelo trabalho realizado pela JFRS. “Se não fosse o Paulo me ligar, eu nunca saberia que ainda tenho este pai. Agora, com certeza, vamos recuperar o tempo perdido”, garantiu o jovem batizado em homenagem aos Beatles, que nunca deixou vago o espaço ocupado no coração roqueiro do pai.
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