Sábado, 08 de março de 2025
Por Redação O Sul | 6 de junho de 2024
O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, afirmou que os inquéritos do órgão envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estão na reta final e devem ser concluídos nos próximos meses.
Em entrevista à GloboNews na última quarta-feira (5), Rodrigues detalhou a previsão de conclusão dos inquéritos envolvendo as joias sauditas, as fraudes no cartão de vacinas e a possível tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
A PF está investigando se Jair Bolsonaro se apropriou indevidamente de joias milionárias dadas pela Arábia Saudita ao governo brasileiro, um esquema revelado pelo jornal O Estado de S. Paulo. Segundo Rodrigues, a finalização da apuração está prevista para o fim de junho.
Jair Bolsonaro já foi indiciado por fraudes em seu cartão de vacinação. A Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou apurações complementares e a versão final do relatório, acrescida das mudanças, também está em vias de conclusão. “Havia ainda pendências da cooperação internacional. Nossa equipe retornou recentemente dos Estados Unidos com os dados e informações que entendeu que são suficientes. Portanto, se encaminha para a análise final e relatório dessa etapa de investigação”, disse o diretor-geral da PF.
As diligências que apuram uma possível tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022 devem ser concluídas até julho, segundo Rodrigues. A investigação faz parte de uma ação que tramita em sigilo no Supremo Tribunal Federal (STF). É neste inquérito que se insere a Operação Tempus Veritatis, deflagrada em fevereiro contra aliados próximos a Jair Bolsonaro, além do próprio ex-presidente.
“Garanto que se houver a participação de qualquer pessoa, ela será apontada e apresentada”, disse Andrei Rodrigues. À PF, cabe o indiciamento ou não dos investigados, enquanto o encaminhamento da denúncia compete ao Ministério Público. O eventual julgamento, por sua vez, é atribuição do Judiciário. No tocante a Jair Bolsonaro, este caminho passa pela PGR, a cúpula do Ministério Público e, em caso de julgamento, pelo STF, pela prerrogativa de foro especial.
Provas
Conforme informações do jornal O Globo, a Polícia Federal vai incluir no relatório final do inquérito das joias provas que demonstram que Bolsonaro tinha conhecimento das operação ilegal de venda e recompra nos Estados Unidos de joias que ele recebeu quando era presidente.
O material mostrará que Bolsonaro foi comunicado da operação comercial e deu o aval para parte delas. O caso será encerrado nos próximos dias e o ex-presidente será indiciado. Além dele, integrantes do núcleo duro do ex-presidente devem ser indiciados, incluindo assistentes e advogados.
Após esse passo, a PGR vai avaliar o material e decidir se apresenta denúncia contra Bolsonaro e os demais acusados.