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Insatisfação com novo Mundial de Clubes faz associação de jogadores falar em greve

A associação alega que a entidade não pensa no bem-estar dos jogadores. (Foto: Divulgação)

O novo formato do Mundial de Clubes, com 32 times e previsão de estreia em 2025, segue gerando muita insatisfação nos bastidores do futebol mundial em meio a um possível aumento do congestionamento do calendário. Nesta última quinta-feira, o presidente da Associação de Futebolistas Profissionais (PFA), Maheta Molango, falou pela primeira vez na possibilidade de uma greve de atletas e treinadores.

Em discurso durante apresentação do relatório de carga de trabalho e recuperação de atletas pós-temporada, em parceria com a Federação Internacional dos Jogadores Profissionais de Futebol (Fifpro), Molango falou sobre uma conversa recente que teve com atletas.

“Não faz dez dias que estive em um vestiário diretamente afetado (pelo calendário congestionado) e disse que estava feliz de estar ali, mas a decisão era deles. Quão longe gostariam de ir? Alguns deles disseram ‘eu não aguento mais, poderíamos entrar em greve’. Outro disse ‘qual é o sentido disso? eu sou milionário mas não tenho tempo pra gastar o dinheiro’. Não somos nós, da associação, que dizemos isso, são caras como Jurgen Klopp e Pep Guardiola. Chegamos num ponto em que não podemos descartar nenhuma ação”, contou, em declarações reproduzidas pela BBC.

Ainda segundo a emissora inglesa, a PFA, a Fifpro e a Associação Mundial de Ligas (WLA) têm pressionado a Fifa por mudanças no calendário. No início de maio, enviaram uma carta ao presidente Gianni Infantino e ao secretário-geral Mattias Grafstrom pedindo alterações em outras competições por conta do crescimento do Mundial e ameaçando ir à Justiça.

Em trechos da carta, divulgados pela BBC, as associações alegam que “Impor o fardo de se adaptar às ligas e aos jogadores é abusivo” e que as mudanças no calendário “comprometem as ligas nacionais e afeta a saúde e bem estar dos jogadores.

“Sempre tentamos seguir o caminho da diplomacia. Mandamos uma carta e recebemos uma resposta, mas infelizmente o tempo está contra nós. Às vezes, entre os adultos, mesmo que se tente muito chegar a soluções, pode ser necessário que um terceiro tome a decisão, um juiz ou um tribunal”, completou Molango.

O novo Mundial de Clubes, capitaneado por Infantino, é a reforma da competição disputada de forma fixa desde 2005. A competição, que tem como atrativos uma fase de grupos, mais vagas e uma farta premiação, é planejada desde antes da pandemia de Covid-19, e ocupará o espaço no calendário que já foi da Copa das Confederações. Palmeiras, Flamengo e Fluminense são os times brasileiros classificados até aqui.

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