Com a cobrança do PT e de movimentos sociais para que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva apresente sua defesa sobre o sítio que frequenta em Atibaia (SP) e o tríplex atribuído à sua família em Guarujá (SP), integrantes do Instituto Lula defenderam nesta sexta-feira (12) mudanças no rumo da entidade.
Eles pediram que o instituto foque suas ações no Brasil, e não mais na África e na América Latina, em uma tentativa de recuperar o legado do petista. A defesa é de um projeto que “olhe mais para dentro”, restabelecendo diálogo com a sociedade brasileira. “Tanto a diretoria do instituto quanto os coordenadores avaliam a necessidade de voltar os trabalhos para dentro do país e intensificar o diálogo com entidades da sociedade”, disse o presidente do instituto, Paulo Okamotto.
No momento em que o PT ainda vê o ex-presidente como uma das principais alternativas do partido para 2018, a proposta é que Lula viaje menos ao exterior para reconquistar sua imagem de liderança da esquerda no País.
Ao instituto, caberá exaltar bandeiras sociais do governo Lula, rebatendo, nas palavras de um de seus diretores, “o avanço de ideias conservadoras”. “Vamos fazer mais atividades aqui, discutir a questão do racismo, da intolerância religiosa nesse momento de avanço de ideias conservadoras e da extrema direita no Brasil”, enfatizou o diretor do instituto Celso Marcondes.
Na segunda-feira (14), o ex-presidente participará de uma reunião com a direção do PT para discutir as denúncias que atingem sua imagem e da legenda. A presidenta Dilma Rousseff esteve em São Paulo nesta sexta (12) para um encontro com o seu antecessor. Foi a primeira vez que eles se reuniram depois da série de denúncias envolvendo o ex-presidente.
No encontro, Lula não pediu um gesto público de Dilma em sua defesa, e a mandatária decidiu que não vai tomar nenhuma “atitude prática” ou fazer “declarações enfáticas” nesse sentido. Interlocutores do ex-presidente afirmam que Lula está “estudando o momento certo” para se pronunciar. (Folhapress)