Segunda-feira, 04 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 29 de agosto de 2020
Os principais integrantes de uma quadrilha especializada em aplicar golpes pela internet e que foram presos na quinta-feira (27), após investigação da Polícia Civil de Rio Preto (SP), ganhavam cada um de R$ 300 a R$ 400 mil por mês com os crimes, segundo o delegado Júlio César Pesqueiro.
“A movimentação do dinheiro é uma coisa absurda. Não é qualquer um que ganha. Às vezes, o bando conseguia alcançar valores de mais de R$ 2 milhões. Agora, existe a outra ponta também, as pessoas ligadas às organizações criminosas que também são pagas. Então, esse é só dinheiro que chegava aos mentores intelectuais”, informou Júlio durante entrevista à TV TEM.
Os quatro criminosos foram presos em Cuiabá (MT). As investigações começaram depois que os golpes envolvendo, principalmente, vendas e compras de veículos começaram a se tornar frequentes em Rio Preto. Diante dos indícios, os mandados de busca e de prisão foram expedidos pela 2ª Vara Criminal da Comarca de São José do Rio Preto.
De acordo com o delegado, um dos integrantes da quadrilha foi identificado e revelou como funcionava o esquema que envolve uma facção criminosa que atua nas comunidades do Rio de Janeiro.
“Eles são de alta competência e fazem isso com muita facilidade. O estelionatário acaba pedindo tanto para o comprador como o vendedor mentirem mutuamente. Então, eles não falam o valor do veículo, só fazem negócio com o estelionatário que muitas vezes está em outro estado e até mesmo outro país. No nosso caso, eles estavam em Cuiabá (MT)”.
Conta de laranja
Sem saber que estavam sendo enganadas, as vítimas depositavam o dinheiro dos veículos em uma conta de um laranja. A quantia era transferida para outro Estado e depois entregue para os mentores da organização criminosa.
Além dos quatro presos durante a operação, os policiais cumpriram mandados de busca e apreensão. Outros 20 integrantes da quadrilha também foram identificados. As investigações continuam.
Ao ser abordado, um dos suspeitos assumiu que sua tarefa era de arrumar as contas bancárias para receber os valores indevidos. Ele também informou ter a função de “disciplina” dentro da organização criminosa.
“A internet é uma coisa fantástica e surgiu para melhorar a vida das pessoas. Mas os criminosos, estelionatários, vendo a facilidade que possuem para aplicar golpes, migraram para internet. Então, tomem cuidado para fazer negociações. Tratam-se de criminosos competentes, audazes e não fazem a coisa pequena. Eles querem realmente tomar dinheiro de toda e qualquer pessoa”, diz o delegado. As informações são do portal de notícias G1 e da Polícia Civil de Mato Grosso.