Sexta-feira, 29 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 11 de setembro de 2018
A secretária de imprensa da Casa Branca, Sarah Sanders, afirmou na segunda (10) que integrantes do governo de Donald Trump entraram em contato com a família de Jair Bolsonaro após o ataque sofrido pelo presidenciável em Minas Gerais.
A afirmação foi feita após ser questionada no briefing diário da Casa Branca se o republicano ligou ou enviou alguma mensagem para a família do pré-candidato do PSL à Presidência da República.
“Eu não tenho conhecimento de que o presidente o tenha feito, mas creio que membros da administração entraram em contato”, disse, prometendo levantar mais detalhes.
Bolsonaro foi esfaqueado em Juiz de Fora, em Minas Gerais, durante ato de campanha na quinta-feira passada (6). Ele se recupera de cirurgia no Hospital Albert Einstein, em São Paulo.
O candidato brasileiro já demonstrou simpatia a Donald Trump diversas vezes. Governos estrangeiros, porém, têm por praxe não se manifestar sobre as eleições em outro país.
Comparação com Trump
A revista norte-americana Time publicou em agosto um perfil do candidato do PSL, Jair Bolsonaro, onde afirmou que “Trump pode ser politicamente incorreto, mas Bolsonaro vai além” ao defender torturadores e ditadores.
De acordo com o periódico, o deputado fluminense cresceu na esteira da insatisfação popular no País. Segundo a Time, o “atoleiro” político que o País mergulhou com os desdobramentos da Operação Lava-Jato, que tirou as principais lideranças políticas do País da disputa direta pelo Planalto, e o “desespero” da população com as opções eleitorais são pontos que explicam o crescimento de Bolsonaro.
A reportagem diz que esse sentimento de “raiva” agravado com a pior recessão econômica da história faz com que sete de cada 10 brasileiros não tenha confiança em nenhum partido político. “Isso permitiu que Bolsonaro assumisse ‘o manto de um homem forte de fora’ que pode romper com as atuais forças políticas”.
A Time faz críticas as defesas revisionistas de Bolsonaro, que diz que o regime militar do Brasil não era uma ditadura e sugere que não houve censura à imprensa. Assim como relativiza as mortes por agentes públicos durante a ditadura. A reportagem, que entrevistou Bolsonaro, usa como exemplo a defesa do candidato do PSL ao ditador chileno Augusto Pinochet, que matou 2.279 adversários: “Fez o que tinha que ser feito”, diz Bolsonaro. “O Chile seguiu em frente. Tanto que Pinochet sempre foi respeitado lá”.
A reportagem mostra ainda que o defesa do endurecimento das políticas de Segurança Pública e a pauta conservadora de costume como um agenda de Bolsonaro que encontra ressonância entre boa parte dos eleitorado.
“Bolsonaro é resistente a mudanças. Suas opiniões e suas táticas ultrajantes o sustentaram por mais de três décadas e agora o levam para o cargo mais alto do País. Junto com os retratos dos ex-generais, seus aposentos no Congresso são decorados com mobília militar. ‘Sou capitão do exército’, disse ele a jornalistas em 2017. ‘Minha especialidade é matar.'”, termina a reportagem da Time.