Quinta-feira, 26 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 7 de abril de 2024
O Google está planejando cobrar o acesso à sua ferramenta de busca com inteligência artificial (IA). De acordo com fontes ouvidas pelo Financial Times, o motivo da cobrança seria o alto custo para fornecer o serviço. A big tech nunca exigiu algum valor dos usuários para acessar os recursos do seu buscador, sendo mantido exclusivamente por anúncios e links patrocinados desde o seu lançamento. No entanto, estima-se que uma pesquisa que utiliza IA pode custar até dez vezes mais do que a busca tradicional.
Vale lembrar que o Gemini, o ChatGPT do Google, já utiliza os serviços do buscador em suas respostas. Ou seja, já é possível fazer buscas com IA de graça com o chatbot. Logo, não está claro se a big tech vai manter esse serviço e criar um novo plano premium ou vai restringir o uso de IA aos assinantes. A seguir, confira mais informações sobre os rumores sobre o Google.
Segundo o site Financial Times, uma versão paga do buscador do Google alimentada por inteligência artificial está sendo testada por usuários selecionados. A ferramenta ofereceria uma experiência alternativa de pesquisa: em vez de apresentar uma série de links, o chatbot responde à pergunta diretamente, em um estilo conversacional semelhante ao do ChatGPT (e ao próprio Gemini). Porém, tendo em vista os altos custos ligados a esse modelo de pesquisa, é provável que os rumores estejam corretos e o serviço faça parte de um plano pago.
Apesar de nunca ter cobrado dos usuários pelo mecanismo de pesquisa, o Google já oferece assinaturas que dão acesso a aprimoramentos de seus serviços. Os planos pagos do Google One, por exemplo, entregam mais espaço de armazenamento e recursos exclusivos do Workspace. No entanto, para ter acesso aos serviços que usam inteligência artificial, como o Gemini no Docs ou Gmail, o usuário precisa assinar o plano “AI Premium”, que custa R$ 96,99 mensais.
O grande interesse das empresas por ferramentas com IA vem acompanhado da preocupação com os altos custos de treinar e manter esse tipo de software. Recentemente, a Amazon divulgou que uma única sessão de treinamento custou US$ 65 milhões e, em breve, deve ultrapassar a marca de US$ 1 bilhão em gastos com inteligência artificial.
Mark Zuckerberg afirmou que a maior área de investimento para este ano seria em IA, tanto em engenharia quanto em recursos computacionais. Estima-se que, apenas em infraestrutura, a Meta já gastou cerca de US$ 9 bilhões. Já a OpenAI e a Microsoft anunciaram planos de construir um datacenter focado em treinamento de inteligência artificial no valor de US$ 100 bilhões.
O treinamento corresponde apenas a uma pequena fração dos gastos com IA. De acordo com especialistas, o maior custo está no processo de inferência, como é chamado o ato de utilizar esses modelos de linguagem após seu treinamento. Estes gastos podem aumentar exponencialmente quando o produto é colocado para uso em larga escala.
Buscador tradicional
Se os rumores estiverem corretos, o mecanismo de pesquisa padrão do Google (que não é alimentado por IA) continuará gratuito, e os lucros serão obtidos através dos anúncios e patrocinadores. Segundo o Financial Times, os assinantes com acesso à busca personalizada pela IA ainda estarão expostos aos anúncios.
O Google ainda não se pronunciou oficialmente sobre a possível assinatura para usar o buscador com inteligência artificial e, até o momento, tudo não passa de rumores. Vale ressaltar que outras empresas oferecem o mesmo serviço de forma gratuita, como o Copilot da Microsoft, que usa o modelo GPT-4 para fazer pesquisas em tempo real e fornecer respostas contextualizadas. As informações são do site TechTudo.