A inteligência artificial (IA) deve trazer riscos e acabar com algumas profissões que existem hoje, disse Sam Altman, CEO da OpenAI, nesta quinta-feira (18), no Brasil. O empresário está no País para um evento da Fundação Lemann, no Rio de Janeiro, e, em conversa com convidados, ressaltou que a IA deve continuar crescendo em ritmo acelerado e que pretende chegar em ferramentas de vídeo em breve.
O evento, que não foi transmitido, teve como tema “O Futuro da IA e o Brasil”, e contou com participações da cientista da computação Nina da Hora, Felipe Such, brasileiro membro da equipe técnica da OpenAI e Denis Mizne, diretor executivo da Fundação Lemann.
Para o empresário, é possível que a IA possa ser um divisor de águas na classificação de novas profissões e extinção de alguns postos, mas não acredita que, a longo prazo, seja um motivo de preocupação para quem trabalha na área de tecnologia.
Segundo ele, profissionais humanos não podem ser substituídos pela IA em trabalhos criativos e de comando, o que a torna uma ferramenta para ajudar na produtividade e não para fazer todo o trabalho desenvolvido, hoje, por pessoas.
“Nós não sabemos o que vai acontecer, mas vai ter muito impacto, muitos empregos vão desaparecer, isso é uma coisa que acontece em revoluções tecnológicas. Mas, no geral, são ferramentas boas para fazer tarefas, mas não para um trabalho total”, afirmou Altman.
Na discussão, Altman falou sobre o papel no desenvolvimento da IA, as aplicações na educação e como resolver o viés que ainda pode ser visto em ferramentas como o ChatGPT, criação da empresa.
“Os dados (no mundo) são muito tendenciosos, mas esses sistemas de IA podem aprender a ter menos esse aspecto e podem nos ajudar. Existe um trabalho a ser feito, mas essa tecnologia me deixa otimista na internet”, explicou o presidente da OpenAI.
Apesar disso, Altman acredita que mesmo as tecnologias que ainda não tiveram seus problemas de linguagem enviesada resolvidos podem ser mais eficazes em oferecer respostas “isentas” do que os próprios humanos.
Para trazer a melhor versão – e mais segura – da ferramenta, Altman acredita que é importante que haja regulação internacional da inteligência artificial.
“Nós concordamos que é necessário regulação. (IAs) são sistemas capazes de influenciar o mundo em um risco sério, precisamos de regulações internacionais nesse sentido. Nós não queremos diminuir a inovação massiva que está acontecendo. Diferentes países vão regulamentar de forma diferente e precisamos saber como vamos mitigar impactos diferentes, mas é necessário fazer”, explicou Altman.
Altman também comentou que, depois do sucesso da ferramenta de texto desenvolvida pela empresa, é importante chegar também em ferramentas que usem vídeo. A intenção é que o ecossistema de uso da IA possa ser completo em atividades que possam passar pelos recursos da empresa.