Quarta-feira, 18 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 18 de dezembro de 2024
A Interpol (a polícia internacional) e autoridades paraguaias prenderam 26 pessoas supostamente envolvidas no desmatamento ilegal e no tráfico de árvores nativas na região da tríplice fronteira entre Argentina, Brasil e Paraguai, informou a organização internacional de cooperação policial na segunda-feira (16). A identidade dos presos não foi revelada.
“As autoridades paraguaias descobriram ainda duas redes criminosas e 12 empresas supostamente envolvidas no desmatamento ilegal e no tráfico de espécies de árvores nativas”, informou a organização. A operação, liderada pelo Paraguai e coordenada pela Interpol, envolveu: verificações e inspeções direcionadas em fronteiras terrestres; vigilância de hidrovias; monitoramento aéreo de florestas por helicóptero e satélite.
28 crimes
Durante a operação, nomeada como Panthera Onca, 28 crimes foram detectados e cerca de 1 mil toras e 250 postes de madeira de quebracho, valorizados por sua densidade e alto teor de tanino, foram apreendidos, informou a Interpol.
Cerca de 100 policiais e 14 agências diferentes participaram da operação. Os três países participantes compartilharam imagens de satélite e inteligência sobre alvos de alto valor, bem como pontos críticos conhecidos, rotas de tráfico, dados sobre remessas de madeira e suspeitas de ligações com outros países e regiões.
“O desmatamento ilegal abrange um amplo espectro de atividades criminosas, que vão desde a fraude de documentos à lavagem de dinheiro e à corrupção”, disse Kat Henn, vice-diretora de segurança ambiental da Interpol. Ela acrescentou que as redes criminosas investigadas destroem o meio ambiente com a intenção de obter lucro.
Alerta Vermelho
A região da tríplice fronteira é um “hotspot” tanto para o comércio legal quanto para as redes ilícitas, por causa da sua posição estratégica, onde convergem o nordeste da Argentina, o leste do Paraguai e o Sul do Brasil, disse o órgão internacional.
Um homem que estava presente na lista de Alerta Vermelho da Interpol por fraude foi preso na operação e extraditado para o Brasil. Outro homem foi devolvido ao País para cumprir uma pena de 15 anos de prisão por tráfico de drogas e armas. (Estadão Conteúdo)