Quinta-feira, 26 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 28 de agosto de 2023
Larissa descobriu uma série de transferências bancárias das empresas em que era sócia dos pais.
Foto: Reprodução/InstagramMãe de Larissa Manoela, Silvana Taques, está sendo investigada pela polícia do Rio de Janeiro por crime de discriminação religiosa. Isso porque em uma mensagem enviada a filha, ela chamou a família do genro de “macumbeira”. A delegada responsável pelo caso, Rita Salim revelou detalhes sobre o caso, e negou alguns boatos.
Após a notícia da investigação ganhar força na internet, começou a circular alguns boatos de que Silvana teria sido intimada para prestar depoimento, no entanto, Rita negou.
“Essa informação ainda não procede. Após a notícia-crime apresentada pela comissão. O que eu tenho de data é: hoje iniciamos as diligências preliminares. Por enquanto, não há nada de depoimento marcado”, informou.
Mensagem
Na mensagem para a filha, Silvana usou o termo “macumbeira” ao se referir à família do noivo da atriz, André Luiz Frambach, que é espírita kardecista. O termo é considerado pejorativo para se referir a religiões de matriz africana.
“Esqueci de te desejar… que você tenha um ótimo natal aí com todos os guias dessa família macumbeira. kkkkkk”, escreveu Silvana, em mensagem enviada à filha no Natal de 2022, pelo WhatsApp.
“A religião, na grande maioria, foi formada por pessoas negras. Ela transfere o racismo para a religião, mesmo quando se trata de vítima de cor branca. Vamos ouvir todos os envolvidos no caso, entre eles a mãe e o pai da atriz. Também vamos chamar o noivo da Larissa”, disse Rita Salim.
Intimação
Após a notícia-crime ter sido aceita pela Decradi e virado uma investigação, o advogado Carlos Nicodemos, que representa a Comissão de Combate à Intolerância Religiosa do Rio, disse que também pretendia pedir a intimação dos pais da atriz para depor no inquérito.
“O país caminha para o aprimoramento punitivo contra o racismo e, em pleno século XXI, não há mais espaço para racismo religioso ou qualquer manifestação que ofenda a dignidade humana, que seja encarada como diversionismo ou coisificação. A banalização incrementa graus de violência, que levam à situações extremas todos os dias”, disse o advogado sobre a importância da investigação.
A Comissão de Combate à Intolerância Religiosa do Rio apresentou a notícia-crime por entender que a mensagem da mãe da atriz se configuraria como “ato discriminatório travestido de formas contemporâneas de racismo”.
Ainda segundo o documento apresentado, “a manifestação de Silvana extravasa os limites da livre manifestação de ideias, constituindo-se em insultos, ofensas e estímulo à intolerância e ao ódio contra as religiões de matriz africana, não merecendo proteção constitucional e não podendo ser considerados liberdade de expressão, enquadrando-se no crime de racismo”.