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Invasão russa deixa 352 civis mortos na Ucrânia; exército do Kremlin reconhece perdas pela primeira vez

Centenas de moradores de um prédio residencial danificado por um míssil se reúnem em um abrigo antibomba no porão de uma escola em Kiev, em 25 de fevereiro de 2022. (Foto: Reprodução)

O encarregado de negócios da Ucrânia no Brasil, Anatoliy Tkach, afirmou neste domingo (27) que, de acordo com informações da Inteligência do país, cerca de 4,3 mil soldados russos foram mortos e mais de 200 foram presos desde a invasão pela Rússia na última quinta-feira (24).

Até o momento, segundo ele, foram abatidas 27 aeronaves russas, 26 helicópteros, 146 tanques, 706 veículos blindados, 49 peças de artilharia, um sistema antimíssil antiaéreo e 30 automóveis.

“As tropas russas estão sofrendo perdas pesadas. As tropas de invasão seguem violando as leis de guerra. Se deixar o (presidente Vladimir) Putin fazer o que ele quer, ele nunca para”, disse.

Tkach ainda alertou que, nas próximas 72 horas, Belarus pode se juntar à Rússia na ofensiva contra a Ucrânia, mas que o país seguirá lutando para defender seu território.

“Estamos em guerra e nossa capital está sofrendo ataques. Acho que Ucrânia não tem medo de Rússia elevar a voz. Rússia está nas mesmas posições (geográficas) que estavam e levando perdas pesadas. Por isso estamos preocupados com a entrada de outro país nessa agressão com o apoio de Belarus contra Ucrânia”, disse em coletiva de imprensa em Brasília.

“Continuaremos lutando porque é uma luta pelos valores democráticos, pelo sistema de segurança internacional criado depois da Segunda Guerra Mundial. Essa é uma ameaça à ordem mundial e não apenas à Ucrânia”.

Tkach destacou também que a Ucrânia condena as prisões de manifestantes pacíficos que participaram de protestos em mais de 50 cidades do país contrários à invasão.

“É uma decisão insana”, apontou.

Conforme informações do Ministério da Saúde da Ucrânia, repassadas por Tkach, até o momento mais de 210 ucranianos morreram e mais de 1,10 mil ficaram feridos em virtude do conflito.

Exército russo reconhece “mortos e feridos”

Enquanto isso, também neste domingo, o Exército russo admitiu pela primeira vez que registrou perdas humanas durante a invasão da Ucrânia, embora sem especificar números.

“Os soldados russos estão demonstrando coragem no cumprimento de suas missões de combate. Infelizmente, há mortos e feridos. Mas nossas perdas são muito menores do que no campo ucraniano” declarou o porta-voz do Ministério da Defesa, Igor Konashenkov.

Konashenkov observou que os militares russos permitirão que os prisioneiros de guerra ucranianos “que se renderem” retornem as suas famílias. O presidente russo, Vladimir Putin, lançou a invasão à Ucrânia na manhã desta quinta-feira (24) e os combates já causaram dezenas de mortes de civis, bem como o deslocamento de centenas de milhares de pessoas.

A Ucrânia indicou nesta tarde que concordou em enviar uma delegação para uma reunião com representantes russos em sua fronteira com Belarus, país que permitiu a passagem das tropas russas para a ofensiva.

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