O encarregado de negócios da Ucrânia no Brasil, Anatoliy Tkach, afirmou neste domingo (27) que, de acordo com informações da Inteligência do país, cerca de 4,3 mil soldados russos foram mortos e mais de 200 foram presos desde a invasão pela Rússia na última quinta-feira (24).
Até o momento, segundo ele, foram abatidas 27 aeronaves russas, 26 helicópteros, 146 tanques, 706 veículos blindados, 49 peças de artilharia, um sistema antimíssil antiaéreo e 30 automóveis.
“As tropas russas estão sofrendo perdas pesadas. As tropas de invasão seguem violando as leis de guerra. Se deixar o (presidente Vladimir) Putin fazer o que ele quer, ele nunca para”, disse.
Tkach ainda alertou que, nas próximas 72 horas, Belarus pode se juntar à Rússia na ofensiva contra a Ucrânia, mas que o país seguirá lutando para defender seu território.
“Estamos em guerra e nossa capital está sofrendo ataques. Acho que Ucrânia não tem medo de Rússia elevar a voz. Rússia está nas mesmas posições (geográficas) que estavam e levando perdas pesadas. Por isso estamos preocupados com a entrada de outro país nessa agressão com o apoio de Belarus contra Ucrânia”, disse em coletiva de imprensa em Brasília.
“Continuaremos lutando porque é uma luta pelos valores democráticos, pelo sistema de segurança internacional criado depois da Segunda Guerra Mundial. Essa é uma ameaça à ordem mundial e não apenas à Ucrânia”.
Tkach destacou também que a Ucrânia condena as prisões de manifestantes pacíficos que participaram de protestos em mais de 50 cidades do país contrários à invasão.
“É uma decisão insana”, apontou.
Conforme informações do Ministério da Saúde da Ucrânia, repassadas por Tkach, até o momento mais de 210 ucranianos morreram e mais de 1,10 mil ficaram feridos em virtude do conflito.
Exército russo reconhece “mortos e feridos”
Enquanto isso, também neste domingo, o Exército russo admitiu pela primeira vez que registrou perdas humanas durante a invasão da Ucrânia, embora sem especificar números.
“Os soldados russos estão demonstrando coragem no cumprimento de suas missões de combate. Infelizmente, há mortos e feridos. Mas nossas perdas são muito menores do que no campo ucraniano” declarou o porta-voz do Ministério da Defesa, Igor Konashenkov.
Konashenkov observou que os militares russos permitirão que os prisioneiros de guerra ucranianos “que se renderem” retornem as suas famílias. O presidente russo, Vladimir Putin, lançou a invasão à Ucrânia na manhã desta quinta-feira (24) e os combates já causaram dezenas de mortes de civis, bem como o deslocamento de centenas de milhares de pessoas.
A Ucrânia indicou nesta tarde que concordou em enviar uma delegação para uma reunião com representantes russos em sua fronteira com Belarus, país que permitiu a passagem das tropas russas para a ofensiva.