A guerra na Ucrânia, que começou há um ano e não deve acabar tão cedo, matou milhares, reduziu cidades inteiras a escombros, fez milhões de refugiados e alimentou temores de uma nova guerra mundial envolvendo armas nucleares da Rússia e dos Estados Unidos.
A invasão, que começou com bombardeios constantes e rápido avanço de tropas russas, passou por um período de estagnação, uma contraofensiva das tropas da Ucrânia e ataques a infraestrutura energética.
Veja as quatro diferentes fases da guerra:
1ª fase
- O início da invasão russa ocorreu de 24 de fevereiro do ano passado a 7 de junho do mesmo ano.
- A invasão russa começa por várias frentes de batalha.
- Em poucos dias, parte considerável do território da Ucrânia é dominado.
- Prédios militares e civis são alvos de bombardeio por todo o país.
- Kiev não é tomada, apesar de centenas de tropas russas ao redor da capital.
- Bucha, cidade próxima a Kiev, é palco de uma matança de civis realizada pelos russos.
- Mariupol fica cercada por 3 meses, sem abastecimento de água e comida, até ser dominada pela Rússia.
2ª fase
- O impasse no leste ucraniano ocorreu de 8 de junho a 28 de agosto de 2022.
- Exército russo se retira dos arredores de Kiev.
- Batalhas se concentram na região de Donbass.
- Ucrânia demonstra grande capacidade defensiva.
- Não há grandes avanços territoriais, mas bombardeios continuam.
- Usina nuclear de Zaporizhzhia foi alvo de disputas e houve risco de desastre nuclear.
3ª fase
- A contraofensiva da Ucrânia se deu entre 29 de agosto e 11 de novembro do ano passado.
- Após período de impasse, tropas ucranianas reagem.
- Grande parte do território próximo a Kharkiv é reconquistado.
- Tropas russas deixam a cidade de Kherson, no Sul.
- esse período, a Rússia conduz referendos ilegais para anexar 4 regiões: Luhansk, Donetsk, Zaporizhzhia e Kherson.
4ª fase
- A 4ª fase é a dos ataque a usinas. Teve início em 12 de novembro e se estende até os dias atuais.
- Rússia direciona ataque à infraestrutura de energia.
- Metade de Ucrânia passa a sofrer com falta de luz.
- Aquecimento e abastecimento de água também são afetados.
- Situação é agravada pelo intenso inverno ucraniano.
Próxima fase
- Especula-se que uma próxima fase seja uma possível ofensiva da Ucrânia.
- EUA e Alemanha oferecem tanques de batalha modernos para a Ucrânia.
- Especialistas acreditam que a Ucrânia pode deixar posição defensiva, para ser mais ofensiva.
- No entanto, isso depende da chegada dos tanques e do treinamento das tropas ucranianas.
Ajuda financeira
Apesar de a Ucrânia não fazer parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), os países membros estão entre os principais apoiadores na luta do país contra a Rússia.
Liderados pelos Estados Unidos, os países da Otan possuem um acordo de que “o ataque contra um é um ataque contra todos”. No caso da Guerra na Ucrânia, a ajuda é de forma indireta, fornecendo armamentos, munição, informação e apoio humanitário, já que o país não é membro.
Parte da ajuda foi oferecida como doação, mas a maioria é na forma de empréstimos e financiamentos, que deverão ser pagos pela Ucrânia no futuro.
Por exemplo, um pacote de apoio da Comissão Europeia de 18 bilhões de euros deverá ser pago em 35 anos, a começar em 2033. Só que o principal objetivo desse fundo é que a Ucrânia consiga continuar pagando empréstimos já existentes, como a dívida que ela tem com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Seria uma forma de adiar e diluir o pagamento da dívida.
O dinheiro oferecido pelos Estados Unidos também terá que ser pago após a guerra, mas isso pode ser feito ao contratar empresas americanas para reconstruir a Ucrânia. Inclusive esse é o método preferido pelo governo americano, semelhante a acordos que foram feitos com países europeus após a 2ª Guerra Mundial.
Refugiados
Como consequência da guerra, cerca de 35% dos ucranianos tiveram que deixar suas casas, sendo que 20% estão fora do país. Segundo a ONU, esse é um dos maiores deslocamentos humanitários do mundo hoje.
Apenas 13% dos 8 milhões de refugiados disseram que pretendem voltar para a Ucrânia nos próximos 3 meses, segundo uma pesquisa da ONU. Sendo que 33% pretendem fixar moradia nos países que os receberam.
Somam-se a esses números os deslocados internos. São aquelas pessoas que tiveram que sair de suas casas, mas não deixaram o país. Os ‘refugiados’ ucranianos que continuaram dentro da Ucrânia. A ONU registrou 6,8 milhões de deslocados na sua mais recente contagem.