Quinta-feira, 26 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 6 de novembro de 2024
O atacante do Flamengo, amigos e parentes apostadores do atleta estão entre os alvos da Operação Spot-fixing.
Foto: Gilvan de Souza/FlamengoFérias nas Maldivas. Garagem com carros importados de milhões. Casa de praia, de campo, lancha, iate, jatinho, grifes famosas, joias que pesam no pescoço e coleção de Rolex. As frases remetem aos atletas mais famosos do Brasil e do mundo e suas ostentações. Entretanto, nada disso pode ser visto nas redes sociais de Bruno Henrique, que está sendo investigado pela Polícia Federal (PF) e o Ministério Público (MP) como suspeito de ter forçado um cartão amarelo para beneficiar amigos e parentes em apostas, durante o Campeonato Brasileiro de 2023.
É até de espantar, já que o jogador recebe do Flamengo mais de R$ 1 milhão por mês. Ainda assim, o atacante se mantém sendo “feliz no simples” ao lado da mulher Gisellen Ramalho, e dos filhos, todos pequenos.
Bruno e família dividem uma mansão num condomínio de luxo na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro, na qual passam a maior parte do tempo de lazer. Na sala, uma mesa de sinuca é a estrela, e o videogame também está sempre ligado.
As últimas viagens internacionais do jogador e companhia foram para a Disney, ao menos uma vez por ano para as crianças brincarem nos parques. Mas a maioria dos passeios de Bruno Henrique e Gisellen tem como destino o próprio Brasil. Trancoso, na Bahia, Carneiros, em Pernambuco, e Angra, no Rio, estão entre os lugares preferidos.
Capitã do time extra-campo, Gisellen também segue a mesma linha discreta. No máximo surge em seu closet mostrando uma bolsa ou outra de marcas gringas, mas não exibe coleção. “Eles vivem muito bem, claro, e podem comprar o que quiserem, mas nunca vi os dois exibindo o que têm em rede social ou esbanjando dinheiro por aí. Levam uma vida bem normal, como se fossem de classe média”, diz uma pessoa próxima à mulher do atleta.
Entenda
O atacante Bruno Henrique, do Flamengo, amigos e parentes apostadores do atleta estão entre os alvos da Operação Spot-fixing, que tem o intuito de apurar possível manipulação do mercado de cartões. O caso teria ocorrido em partida de futebol válida pelo Campeonato Brasileiro da Série A em novembro de 2023.
A ofensiva foi realizada pelo grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (GAECO/MPRJ), com o apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ), e a Polícia Federal, em apoio à operação do GAECO do Distrito Federal na terça-feira (5).
Mais de 50 Policiais federais e seis promotores de Justiça do GAECO/DF cumpriram 12 mandados de busca e apreensão, expedidos pela Justiça do Distrito Federal, nas cidades do Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG), Vespasiano (MG), Lagoa Santa (MG) e Ribeirão das Neves (MG). A operação também conta com o apoio do GAECO de Minas Gerais.
A investigação teve início a partir de comunicação feita pela Unidade de Integridade da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). De acordo com relatórios da International Betting Integrity Association (IBIA) e Sportradar, que fazem análise de risco, haveria suspeitas de manipulação do mercado de cartões na partida do Campeonato Brasileiro.