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Investigadores estão pessimistas quanto à possibilidade de identificar o hacker que revelou as conversas de Sérgio Moro

Investigações referem-se a desvios em contratos na área da saúde envolvendo organizações sociais. (Foto: Divulgação/PF)

Investigadores estão pessimistas quanto à possibilidade de sucesso da busca pelo responsável pelos ataques a celulares de autoridades vinculadas direta ou indiretamente à Operação Lava-Jato . A PF (Polícia Federal) abriu pelo menos oito inquéritos para investigar o caso: três em São Paulo, dois no Rio de Janeiro, um em Curitiba e pelo menos mais dois em Brasília, segundo disse ao jornal O Globo uma autoridade que acompanha os casos de perto.

Boa parte da estrutura da polícia voltada para investigação de crimes cibernéticos está mobilizada no caso. Um desses investigadores, no entanto, admite que são reais as chances de a polícia não identificar o autor ou autores dos ataques.

A explicação é que, em geral, ataques ousados como estes que aconteceram contra investigadores da Lava-Jato são cometidos por hackers experientes. Da mesma forma que sabem quebrar esquemas de segurança e invadir celulares de autoridades, eles conhecem também os meios adequados para apagar rastros A esperança dos policiais é se depararem, ao longo das investigações, com algum deslize, algum ato fora do roteiro original.

“Sem isso, é muito difícil chegar a solução de um crime. Temos tido essas dificuldades crimes cibernéticos. Alguns crimes de pedofilia, por exemplo, são descobertos porque o autor, em algum momento, deixou uma pista”, afirma um experiente investigador.

Celulares da Abin

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) e outros integrantes do Executivo devem se comunicar por telefones criptografados fornecidos pela Abin (Agência Brasileira de Inteligência). Até então, eles sempre preferiram trocar conversas por aplicativos de mensagens, como o WhatsApp e o Telegram. As informações são do jornal O Globo.

A decisão surge após o vazamento de diálogos entre o então juiz federal Sérgio Moro, atual ministro da Justiça e Segurança Pública, e o procurador Deltan Dallagon, coordenador da força-tarefa da Lava-Jato em Curitiba. Na noite de quarta-feira (12), o site The Intercept Brasil publicou novos diálogos.

A Abin desenvolveu mecanismos de proteção e criptografia que protegem as comunicações do presidente e de ministros de Estado. O caso que envolve Sérgio Moro acendeu o alerta de como o governo está exposto e precisa redobrar as medidas de segurança. Alguns dados podem ser considerados sigilosos.

O dispositivo fornecido pela Abin não permite a instalação de aplicativos de mensagens nem de redes sociais. De acordo com o porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros, o Gabinete de Segurança Institucional já alertou Bolsonaro.

“O presidente é orientado pelos seus agentes de segurança nas área física e cibernética em como comportar-se. Em cima dessas orientações ele vem tomando as precauções que são necessárias”, disse o porta-voz, durante coletiva na quarta-feira.

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