Sexta-feira, 15 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 16 de janeiro de 2018
“O cliente está disposto a gastar mais por uma boa experiência de consumo”. Assim resumiu como pensa o gerente geral da divisão de indústria de consumo da gigante de tecnologia Cisco para América Latina e Flórida, João Paulo Albuquerque Melo. Em conversa exclusiva com os participantes da Missão Empresarial promovida pelo Sebrae/RS e parceiros na NRF 2018, o executivo sentenciou o futuro do varejo, mesmo para as micro e pequenas empresas, como essencialmente tecnológico em favor de facilitar as compras e ajudar a crescer o gasto médio dos consumidores.
No segundo dia do evento, que é o maior e mais completo encontro mundial para o desenvolvimento do varejo, o grupo gaúcho, que inclui empresários de pequenos negócios, observou como estão sendo avaliados os resultados do uso da tecnologia no comércio. “Não adianta ter tecnologia se ela não for bem usada. As pequenas empresas devem estar atentas para a questão da conectividade e da interação, não somente para vender friamente. Há uma enorme experiência de relacionamento que deve ser construída com os clientes”, complementou Melo.
De acordo com o conhecimento adquirido da Cisco, a loja que não tiver wi-fi disponível para o cliente, corre o risco de vê-lo ir embora tão rápido que ele nem olhará os produtos. “Por outro lado, como ferramenta de gestão, a tecnologia conjunta com conectividade é uma ajuda para os empresários que se preocupam em investir (pouco) para colaborar com treinamento e capacitação de funcionários. Não é preciso mais realizar uma convenção com espaço reservado, horas de trabalho. Existem soluções à distância muito eficientes”, disse ele.
Visitas técnicas
A feira NRF 2018 ocorre desde o dia 14 de janeiro e vai até hoje (16). A partir de amanhã (dia 17, quarta-feira), o grupo formado por SEBRAE/RS, em parceria com a Câmara de Dirigentes Lojistas de Porto Alegre (CDL), o Sindicato dos Lojistas do Comércio de Porto Alegre (Sindilojas), a Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Rio Grande do Sul (FCDL-RS) e a Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul (Fecomércio/Senac), vai cumprir uma agenda que foi planejada para os perfis das empresas gaúchas que estão acompanhando a programação.
No dia 17, haverá visitas técnicas às lojas: B&H Photo, Amazon Books, Warby Parker, Gansenvoort Market, Whole Foods, Uniqlo Flagship Store, Coach House e Victoria’s Secret.
No dia 18, o roteiro inclui: Lowe’s, Urban Outfitters, Lulu Lemon Flagship, Eataly, Rebecca Minkoff, Sonos Store, Nike SoHo Flagship e Galeria Melissa.
O olhar para as micro e pequenas empresas
Entre uma palestra e outra, ainda no ambiente da Feira de Negócios NRF 2018, a comitiva do SEBRAE/RS encontrou muitos outros brasileiros no evento. A presidente e fundadora do Magazine Luiza, Luiza Helena Trajano, tem experiência de 15 anos de participação na NRF. De acordo com ela, é uma questão estratégica ver de perto como as grandes companhias possuem histórias bonitas e bem-sucedidas. “Hoje, compartilhar conhecimento é algo fundamental para os negócios. Parabéns ao SEBRAE por ter tido a iniciativa junto aos parceiros de ajudar micro e pequenas empresas a estarem aqui”, destacou ela.
Para Juliane Oliveira, da Butcher 231 Boutique de Carnes, de Porto Alegre, os exemplos do varejo que oferecem boas experiências de compras aos clientes são muito relevantes. “Eu já aplico algumas ideias na minha loja, pois trabalho com alimentos. Além de oferecer o produto principal, eu procuro agregar acessórios ou outros ingredientes pesquisados que combinem e ajudem na satisfação dos compradores”, conta, já pensando em aplicar algumas ideias que surgiram durante a viagem.
Os empresários que participam da missão junto ao Sebrae/RS e parceiros foram selecionados via chamada pública. O gerente de Comércio, Serviços e Indústria do Sebrae/RS, Fábio Krieger, reforça que o objetivo maior da viagem é “proporcionar conhecimento e inspiração para que os participantes possam aplicar melhorias na gestão de seus negócios”. No retorno ao Brasil, os empreendedores voltarão com um plano de ação e terão acompanhamento da organização no desenvolvimento de atividades. Após um período de quatro meses, será realizada uma reunião geral para verificação das ferramentas implementadas. “Queremos que eles possam desenvolver diversos aspectos, como ambiente de loja, experiência do cliente, comunicação digital e, consequentemente, aumento de faturamento”, antecipa Krieger.