Ainda sem uma decisão do Tribunal de Barcelona se sairá ou não da prisão na cidade espanhola para aguardar julgamento em liberdade, o jogador brasileiro Daniel Alves recebeu a visita da mãe e do irmão, além do advogado de defesa Cristobal Martell. O encontro foi realizado após a audiência de recurso, quando as partes tiveram a oportunidade de defender sua versão sobre o suposto estupro de uma mulher de 23 anos em boate na cidade.
O criminalista foi breve ao falar com os jornalistas que o esperavam na saída do presídio de Brians, mas tentou expressar o sentimento do jogador de 39 anos, apesar da situação complicada na Justiça: “Daniel está tranquilo. Ele me disse que está em paz porque sabe a verdade”. A decisão sobre o recurso impetrado pelo jogador deve ser divulgada até esta terça-feira (21), um dia após se completar um mês de prisão do atleta.
Relatos de pessoas com acesso ao interior da instituição penal afirmam que a vida de Daniel Alves na cadeia tem sido sem problemas. Um catalão que esteve detido no local contou à imprensa que o jogador conta com status de celebridade no complexo penitenciário, o que inclui distribuição de autógrafos – o “ex-colega” garante ter sido atendido em pedido desse tipo de gentileza ao jogador.
De acordo com o homem, que não estava preso no mesmo módulo de Daniel, mas conseguiu fazer com que sua camiseta do Barcelona, clube do coração, chegasse ao lateral-direito que atuou no time da Catalunha por diversos anos, Daniel não foi tratado de forma negativa pelos colegas de cárcere. No autógrafo, Daniel Alves escreveu: “Um abraço, com carinho, Dani Alves”.
O homem, que falou ao jornal espanhol Telecinco, se disse cético quanto à denúncia feita contra o ex-jogador do Barcelona: “Esse cara tem muitos milhões, pode sair com quem quiser. Embora também possa perder a cabeça”.
Estratégia de defesa
De acordo com fontes ligadas ao caso, a defesa já traçou sua estratégia. Após as primeiras negativas por parte do jogador, agora sua equipe jurídica trabalha com a versão que houve relação sexual com a suposta vítima, mas de forma consensual.
Após admitir que houve penetração, o criminalista Cristobal Martell, aproveitou a audiência de recurso, na última quinta-feira, para tentar provar a tese. Ele citou relatório médico do Hospital Clínic (onde a denunciante foi atendida logo após o incidente na boate) segundo o qual não foram identificadas lesões vaginais típicas de relações sexuais secas ou compatíveis com sexo à força.
Ainda em sua explanação, o advogado justificou os ferimentos e o roxo apresentado pela menina em um dos seus joelhos. Segundo ele, a lesão pode ter sido causada devidos às pequenas dimensões do banheiro onde teria ocorrido a relação sexual.
Martell também utilizou imagens das câmeras de segurança da boate, que, segundo ele, não corroboram com o depoimento da jovem, pois tanto ela quanto a prima e a amiga apareceriam em uma atitude “tranquila” na área VIP, o que comprovaria que elas não estariam se sentindo ameaçadas pelo jogador.