A JBS anunciou, em comunicado ao mercado, a nomeação dos irmãos Wesley e Joesley Batista para o seu conselho de administração. Como os retornos deles representam adições, o número de membros do conselho aumentará para 11, com maioria independente (7 a 4).
Wesley e Joesley Batista são sócios na J&F, holding que tem o controle da JBS. Eles começaram suas jornadas profissionais na empresa aos 17 e 16 anos, respectivamente, liderando sua expansão global. Porém, se afastaram dos seus cargos na empresa em 2017, após a delação premiada envolvendo o ex-presidente da República Michel Temer.
O movimento de reabilitação pública e volta aos holofotes dos irmãos já havia sido sinalizado em fevereiro, quando eles foram nomeados membros do conselho de administração da Pilgrim’s Pride, companhia norte-americana de carne de frango que faz parte do grupo da JBS.
No fim de outubro de 2023, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) absolveu os empresários de três acusações de insider trading (uso de informação privilegiada em negociações). O processo instaurado pela Superintendência de Relações com Empresas (SEP) da CVM acusava os dois empresários de votarem na aprovação das próprias contas, em 2017.
Wesley Batista, de 53 anos, foi CEO global da JBS por seis anos. Nessa posição, liderou a entrada da empresa no setor de carne de frango e a expansão com as aquisições da XL Foods (Canadá), Seara (Brasil), Cargill Pork (Estados Unidos), Primo (Austrália) e Moy Park (Reino Unido). Antes, atuou como presidente de operações de carne bovina da JBS no Brasil e na Argentina. Ele também presidiu a JBS USA.
Joesley Batista, de 52 anos, começou a trabalhar como gerente da Flora Higiene e Cosméticos. Após comandar a área de frigoríficos da Friboi em Goiás, assumiu a área financeira da empresa. Atuou na expansão da companhia com a aquisição de ativos como a Swift dos EUA, em 2007, quando assumiu a presidência da JBS.
A JBS teve prejuízo de R$ 1,061 bilhão em 2023, tendo revertido o lucro de R$ 15,5 bilhões do ano anterior. A empresa informou que a receita líquida no ano passado foi de R$ 363,8 bilhões, queda de 2,9% ante 2022. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado foi de R$ 17,1 bilhões, perda de 50,4%, com margem de 4,7% (queda de 4,5 pontos porcentuais).