Domingo, 09 de março de 2025
Por Redação O Sul | 8 de outubro de 2024
As Forças Armadas de Israel anunciaram nessa terça-feira (8) que estavam ampliando a área da operação por terra no Líbano, com o envio de novas divisões do Exército ao sudeste do país. À medida que as tropas continuam a realizar o que o comando militar classifica como ações “limitadas”, a guerra aérea com o Hezbollah segue escalando. Israel voltou a bombardear Beirute, enquanto o movimento xiita libanês realizou o maior ataque com foguetes contra Haifa, terceira maior cidade e principal centro urbano do norte do Estado judeu, desde o início da guerra – embora tenha anunciado que está disposto a colaborar com um plano de paz.
As novas operações israelenses começaram ainda na segunda-feira, segundo o anúncio do Exército, com o destacamento de uma nova divisão para atuar além da fronteira. Uma série de incursões foi confirmada partindo do nordeste de Israel com direção ao sul e ao sudeste do Líbano. O Exército não revela quantos soldados operam no país, mas o jornal Times of Israel aponta um número superior a 15 mil militares.
Em um vídeo divulgado pelos militares, por volta das 13h15 (7h15 em Brasília), uma companhia aparece tomando o controle de um posto de combate do Hezbollah, com ao menos uma peça de artilharia voltada para Israel. A posição estaria perto da fronteira, segundo o comunicado.
Paralelamente, a guerra aérea continua com toda a intensidade. A mídia estatal libanesa relatou que aviões de guerra israelenses realizaram ataques em áreas como Tiro, Arabsalim e nos arredores de Beirute. Os militares afirmaram nesta terça-feira que mataram o oficial do Hezbollah responsável pelo quartel-general do grupo, Suhail Hussein Husseini, em um ataque na madrugada.
De acordo com o Ministério da Saúde do Líbano, ao menos 2.083 pessoas foram mortas no país e quase 10 mil ficaram feridas desde que a guerra em Gaza começou em outubro passado e o Hezbollah iniciou disparos frequentes de foguetes contra Israel em solidariedade ao Hamas. Os dois grupos são aliados do Irã e fazem parte do chamado “Eixo da Resistência”, que se contrapõe a Israel na região. A maioria das mortes ocorreu nas últimas três semanas, desde que a guerra se intensificou após a detonação de pagers e walkie-talkies usados pelo Hezbollah pela Inteligência israelense.
Do outro lado da fronteira, a cidade de Haifa foi alvo do mais intenso ataque do Hezbollah desde o início da guerra, com mais de 100 projéteis disparados até as primeiras horas da manhã desta terça. A imprensa israelense noticiou que uma idosa ficou levemente ferida após ser atingida por um estilhaço.
Em um discurso transmitido por rádio e TV, o vice-líder do Hezbollah, Naim Qassem – que ocupa a liderança “de fato” do grupo desde a morte de Hassan Nasrallah –, afirmou que a missão por terra de Israel no sul do Líbano era um fracasso e que as capacidades militares do grupo estão intactas, apesar dos ataques recorrentes lançado pelas tropas israelenses nas últimas semanas.
“Nossas capacidades militares estão bem. O que nossos inimigos dizem sobre nossas capacidades de luta é uma ilusão. Eles estão mentindo. Nossos combatentes na linha de frente estão sólidos. O que aconteceu nos últimos 10 dias é que a dor dos israelenses está aumentando”, afirmou Qassem, acrescentando que o número de deslocados no lado israelense da fronteira, que já chega a 60 mil, irá aumentar. “O plano israelense é matar civis libaneses e esvaziar vilas para causar caos. Mas eu digo a eles que seus esforços são um fracasso.” As informações são do jornal O Globo e de agências internacionais de notícias.