O governo de Israel classificou de “ridículo” e “absurdo” o mais recente conjunto de exigências do Hamas, mas se comprometeu a enviar uma equipe de negociação ao emirado árabe do Catar nos próximos dias. A equipe terá a missão de prosseguir com a negociação de um cessar-fogo em Gaza (Palestina) e da libertação de reféns mantidos pelo grupo terrorista.
Na semana passada, o Hamas apresentou nova proposta que inclui pedidos para que um grande número de prisioneiros palestinos seja libertado. Também sinalizou disposição para uma trégua bilateral e permanente na região.
A resposta era aguardada com grande expectativa depois que as tratativas sobre uma pausa de seis semanas nos combates ficaram travadas. Nos Estados Unidos, o governo do presidente Joe Biden tem dito repetidamente nas últimas semanas que o ônus era a resposta do Hamas e que Israel concordou, de forma geral, com a estrutura do acordo.
O Hamas comunicou sua última proposta por meio de mediadores do Catar e do Egito na quinta-feira passada (14), mencionaram a uma rede de notícias norte-americana duas fontes familiarizadas com as negociações. Na sexta-feira, o gabinete do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu declarou que “o Hamas continua a manter exigências irreais”, mas confirmou o envio, em breve, da equipe a Doha, capital do Catar, para uma nova rodada.
Se acontecer, um acordo provavelmente terá diversas etapas. No primeiro estágio, o Hamas propôs a libertação dos reféns israelenses que são mulheres (incluindo militares), bem como idosos, doentes e feridos. Acredita-se que esse número totalize cerca de 40 dos 100 reféns que continuam vivos.
A última proposta do Hamas exige que cerca de 700 a mil prisioneiros palestinos sejam libertados, disse à agência internacional Reuters um diplomata familiarizado com as discussões. “Não vai ser fácil convencer os israelenses dessa ideia”, ressalvou.
Em uma segunda fase, o Hamas disse que cada lado deveria libertar todos os reféns e prisioneiros remanescentes, o que incluiria soldados e prisioneiros palestinos. A proposta do Hamas incluiu 100 prisioneiros cumprindo penas de prisão perpétua em prisões israelenses, disse o diplomata.
“Termos inaceitáveis”
Mas os pontos mais difíceis podem ser as exigências do Hamas de que, após a troca inicial de reféns e prisioneiros, Israel concorde com um cessar-fogo permanente e uma retirada dos militares israelenses de Gaza.
O governo de Israel já declarou repetidamente que esses termos são inaceitáveis e que a luta contra o Hamas deve ser mantida até “a vitória completa.” Autoridades de Tel Aviv também prometeram realizar uma ofensiva terrestre na cidade de Rafah (a 10 quilômetros de Gaza), onde quase 1,5 milhão de palestinos buscaram refúgio.