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Israel divulga vídeo que mostra chefe do Hamas em Gaza fugindo por túnel

Yahya Sinwar (com a mão erguida) é considerado por Israel como um dos arquitetos dos ataques terroristas do Hamas. (Foto: Mohammed Abed)

As Forças de Defesa de Israel (FDI) divulgaram um vídeo que mostra o chefe do grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza, Yahya Sinwar, em um túnel no enclave palestino. Tel-Aviv já declarou que um dos objetivos da ofensiva israelense em Gaza é localizar Sinwar.

Segundo Israel, o vídeo é do dia 10 de outubro, três dias depois dos ataques do Hamas no dia 7 de outubro, quando terroristas invadiram o território israelense e mataram 1.200 pessoas, além de terem sequestrado 240. Após o ataque, Israel iniciou uma operação na Faixa de Gaza, com bombardeios aéreos e incursão terrestre. Segundo o ministério da Saúde de Gaza, que é controlado pelo grupo terrorista Hamas, a ofensiva israelense deixou mais de 28 mil mortos até agora.

Sinwar é considerado um dos arquitetos dos ataques do Hamas. Ele ficou mais de 20 anos detido em prisões israelenses, onde afirmou ter aprendido hebraico e estudado política israelense. O líder do Hamas em Gaza foi libertado em 2011, como parte de um acordo para a soltura do soldado israelense Guilad Shalit, que ficou mais de cinco anos em cativeiro no enclave palestino.

O vídeo divulgado pelo Exército israelense mostra Sinwar passando por um túnel junto com seus filhos e uma de suas esposas. O porta-voz das FDI, Daniel Hagari, afirmou que a descoberta do material faz parte de uma operação militar que só irá terminar quando Sinwar for capturado. “Ele pode ser capturado vivo ou morto”, ressaltou Hagari.

O jornal israelense Israel Hayom apontou que Tel-Aviv sabe a localização exata de Sinwar, mas não quer realizar um ataque porque ele estaria rodeado de reféns israelenses.

Histórico

Sinwar nasceu no campo de refugiados de Khan Younis, em Gaza, em 1962. Sinwar foi preso pela primeira vez por Israel em 1982, quando era estudante universitário na Universidade Islâmica de Gaza, onde foi membro fundador do movimento estudantil do Hamas, disse Ibrahim al-Madhoun, colunista afiliado ao Hamas. Ele descreveu Sinwar como “inabalável em suas decisões, mesmo que sejam duras”.

Sinwar foi ativo durante a primeira intifada, o levante palestino contra a ocupação de Israel, entre dezembro de 1987 e setembro de 1993. Ele se tornou próximo do fundador do Hamas, Sheikh Ahmed Yassin, rezando na mesma mesquita que ele na Cidade de Gaza.

Ele foi detido novamente em 1988 depois de ser ferido quando um dispositivo explosivo improvisado que estava fabricando explodiu.

As transcrições dos interrogatórios e os relatos de oficiais de segurança israelenses, companheiros de prisão e outras pessoas que o conheceram apontam para um estrategista intransigente com uma propensão a matar pessoalmente, moldado por uma educação severa em um campo de refugiados palestinos e décadas de detenção israelense.

À medida que o Hamas se tornava mais proeminente no cenário político palestino, a estrela de Sinwar começou a crescer. Por volta da época da segunda intifada, em 2000, ele foi eleito líder do Hamas na prisão, onde liderou greves em um esforço para melhorar as condições dos detentos. Em 2013, foi eleito membro do gabinete político do Hamas na Faixa de Gaza, antes de se tornar seu chefe em 2017.

Ofensiva israelense

A ofensiva israelense continua na Faixa de Gaza, com Tel-Aviv indicando que a cidade de Rafah pode ser o próximo foco militar. Segundo o primeiro-ministro israelense Binyamin Netanyahu, a cidade abriga terroristas do Hamas e infraestrutura do grupo.

Muitos reféns israelenses também estão na cidade que faz fronteira com o Egito, segundo o Exército de Israel. Na segunda-feira, 12, depois de as forças israelenses terem libertado dois reféns detidos na cidade em uma operação noturna, ele disse que “apenas a pressão militar contínua, até à vitória total, conseguirá a libertação de todos os nossos reféns”.

Líderes do Ocidente e de países árabes se preocupam com os civis palestinos na cidade. Mais de 1 milhão de palestinos tiveram que se deslocar para Rafah por conta da ofensiva israelense no centro e no norte de Gaza.

Netanyahu ordenou aos militares que elaborassem planos para retirar os civis da cidade, mas muitos palestinos dizem que nenhum lugar no território é seguro. Biden apontou que os Estados Unidos se opõem a uma invasão israelense da cidade sem um “plano confiável” para proteger os civis de perigos. O Egito disse que não permitirá que refugiados cruzem a fronteira para o Sinai.

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