Terça-feira, 25 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 16 de maio de 2021
O prédio de 12 andares desabou após ser atingido por mísseis israelenses em Gaza
Foto: Reprodução de TVO primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou neste domingo (16) que o ataque contra o prédio que abrigava escritórios da agência de notícias AP (Associated Press) e da emissora de TV Al Jazeera em Gaza foi “legítimo”.
Segundo Netanyahu, o edifício também tinha um escritório pertencente a um grupo terrorista palestino. “Havia um escritório pertencente a uma organização terrorista palestina alojado naquele prédio, que planeja e organiza ataques terroristas contra civis israelenses. Então, é um alvo perfeitamente legítimo”, declarou.
O prédio de 12 andares desabou após ser atingido por mísseis israelenses. Um jornalista palestino ficou ferido no ataque e destroços e estilhaços voaram a dezenas de metros de distância.
Jawad Mehdi, proprietário do edifício Jala, afirmou que um oficial da inteligência israelense o avisou, antes do ataque, que ele tinha uma hora para evacuar o prédio. Ele solicitou dez minutos adicionais para os repórteres embalarem seus equipamentos, mas teve o pedido recusado, segundo a agência de notícias AFP (France Presse).
“Um ataque israelense destruiu o prédio que abrigava os escritórios da AP em Gaza”, escreveu no Twitter Jon Gambrell, jornalista da agência de notícias. “O Exército avisou o proprietário do prédio onde fica o escritório da AP que o local seria alvo de um bombardeio”, afirmou.
Outro jornalista da AP, que pediu para não ser identificado, disse que todos os funcionários estavam bem, mas em estado de choque.
O Exército israelense declarou que equipamentos militares do Hamas estavam na torre atingida por seus caças. “O prédio também abrigava escritórios de veículos de comunicação civis, atrás dos quais o grupo terrorista Hamas se esconde e que usa como escudos humanos”, acrescentou o Exército, alegando ter alertado os civis antes do ataque e “ter lhes dado tempo suficiente”.
A rede de televisão Al Jazeera confirmou no Twitter que seus escritórios ficavam no prédio e transmitiu ao vivo as imagens da torre desabando e sendo reduzida a uma montanha de escombros.
A AP declarou estar “chocada e horrorizada” com o ataque israelense. “Este é um acontecimento incrivelmente perturbador. Nós evitamos por pouco uma terrível perda de vidas”, disse o chefe da agência, Gary Pruitt, em um comunicado. “O mundo ficará menos informado sobre o que está acontecendo em Gaza por causa do que aconteceu”, acrescentou.
“É claro que foi decidido não apenas causar destruição e mortes, mas também silenciar aqueles que são testemunhas”, disse o chefe do escritório da Al Jazeera em Israel e nos Territórios Palestinos, Walid al-Omari.
O porta-voz militar israelense, Jonathan Conricus, rejeitou a ideia de que Israel estava tentando silenciar a mídia. “Isso é totalmente falso, a mídia não é o alvo”, disse ele.
“Não havia como derrubar apenas as instalações do Hamas que estavam no prédio. Eles ocuparam vários andares do prédio e era impossível derrubar apenas esses andares. Foi considerado necessário demolir todo o edifício”, prosseguiu.
Neste domingo, os militares israelenses declararam que destruíram a casa do principal líder do Hamas em Gaza, Yahiyeh Sinwar, em um ataque à cidade de Khan Younis. Ele não estava no local.