Sábado, 21 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 24 de maio de 2024
Nascido em Niterói (RJ), Michel tinha 59 anos
Foto: Reprodução/Redes SociaisO Exército de Israel confirmou nessa sexta-feira (24) que o brasileiro Michel Nisembaum, mantido refém na Faixa de Gaza pelo Hamas, está morto. O corpo dele e de mais dois reféns foram encontrados na cidade palestina de Jabalia.
De acordo com os militares israelenses, Michel foi morto em 7 de outubro do ano passado, dia em que o grupo terrorista atacou Israel e fez diversos reféns. Até esta sexta, a família ainda tinha esperança de que ele pudesse estar vivo.
Nascido em Niterói (RJ), Michel tinha 59 anos. Ele morava em Sderot, perto da Faixa de Gaza, desde os 12 anos. O brasileiro tinha cidadania israelense e trabalhava com tecnologia da informação. Ele deixou duas filhas e cinco netos.
Em 7 de outubro, quando o brasileiro fazia uma ligação para conversar com familiares, o sinal caiu. A família no Brasil tentou restabelecer o contato, mas alguém atendeu o celular e disse duas vezes a palavra “Hamas”. Essa era a última informação que os parentes tinham sobre o paradeiro de Michel.
O Exército de Israel disse que, além do refém brasileiro, foram encontrados os corpos dos israelenses Hanan Yablonka e Orion Hernandez. As famílias das vítimas foram informadas após um procedimento de identificação realizado por médicos do Instituto Forense Nacional de Israel e agentes da polícia israelense.
O brasileiro não estava entre os corpos identificados posteriormente por autoridades israelenses. A pista principal que levou autoridades à conclusão de que ele foi sequestrado pelos terroristas foi seu computador, que, segundo o governo israelense, foi localizado na Faixa de Gaza.
Por geolocalização, militares encontraram o equipamento em Khan Younis, a cidade no sul de Gaza. Já o corpo de Nisembaum estava no norte do território.
Reação
Mahluf e sua tia, Mary Shohat, a única irmã de Nisembaum, passaram meses tentando buscar mais pistas do paradeiro do brasileiro. As duas, que também vivem em Israel, viajaram ao Brasil em dezembro para divulgar a campanha pela libertação do reféns.
Na ocasião, se reuniram com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Shohat afirmou que o chefe do Executivo prometeu voltar a falar com o emir do Catar, Tamim bin Hamad Al-Thani, que media diálogos entre Israel e o Hamas, sobre tentativas de libertar o brasileiro.
Nessa sexta, ao saber da morte de Nisembau, Lula disse ter sentido “imensa tristeza” e afirmou que seguirá “engajado para que todos os reféns sejam libertados” e para um cessar-fogo em Gaza.