Sábado, 08 de março de 2025
Por Redação O Sul | 10 de junho de 2024
Israel já concordou a resolução de cessar-fogo na guerra contra o Hamas, aprovada pelo Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) nessa segunda-feira (10), e uma possível trégua no conflito estaria nas mãos do grupo terrorista, segundo a embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Linda Thomas-Greenfield.
“Hoje, o Conselho manda uma mensagem clara ao Hamas: aceite a proposta de cessar-fogo . Israel já concordou com o acordo e o conflito poderia parar hoje, se o Hamas fizesse o mesmo. Repito: o conflito poderia parar hoje”, afirmou Linda Thomas-Greenfield após a aprovação da resolução.
A resolução, elaborada por Israel com a ajuda dos EUA e proposta ao Conselho da ONU pelos americanos, demanda “as duas partes a aplicarem plenamente os seus termos, sem demora e sem condições”.
Em uma primeira fase, o plano de trégua prevê os seguintes termos:
– Cessar-fogo com duração de seis semanas;
– Recuo das forças Israel das áreas densamente povoadas da Faixa de Gaza;
– Libertação de certos reféns sequestrados durante o ataque do grupo terrorista Hamas e de prisioneiros palestinos detidos por Israel.
O acordo é previsto para ter três fases.
Em comunicado, o Hamas saudou a aprovação da resolução de cessar-fogo e afirmou que está pronto para cooperar com os mediadores para a implementação dos termos do acordo.
A diplomata sênior de Israel na ONU, Reut Shapir Ben Naftaly, não comentou diretamente a aprovação do acordo de trégua, mantendo uma tradição do país de dar declarações vagas sobre esse tema. Ela disse que os objetivos do país em Gaza sempre foram claros.
“Israel está comprometido com esses objetivos – libertar todos os reféns, destruir as capacidades militares e governamentais do Hamas e garantir que Gaza não represente uma ameaça a Israel no futuro,” disse ela. “É o Hamas que está impedindo o fim desta guerra. O Hamas e apenas o Hamas.”
O Egito felicitou a aprovação da resolução, informou comunicado do Ministério das Relações Exteriores. O país, junto com o Catar e os EUA, tem atuado como mediador nas negociações de trégua na guerra.
O texto da resolução, à qual a agência de notícias AFP teve acesso, “saúda” uma proposta de trégua anunciada em 31 de maio pelo presidente americano, Joe Biden. Também afirma, diferentemente das versões anteriores, que o plano foi “aceito” por Israel.
Embora Biden tenha afirmado que o plano surgiu de Israel, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que pretende continuar a guerra até acabar com o Hamas.
O placar da votação foi de 14 votos a favor, zero contra e 1 abstenção, da Rússia. A aprovação do projeto, no entanto, não significa que as partes em guerra, Israel e Hamas vão cumpri-lo.
“Queremos pressionar o Hamas para que aceite este acordo, é por isso que temos esta resolução, porque estamos prestes a conseguir algo realmente importante”, acrescentou o representante dos Estados Unidos, país que tem sido amplamente criticado por bloquear vários projetos de resolução que pediam um cessar-fogo em Gaza.
Plano de três fases
A resolução de cessar-fogo aprovada nessa segunda é um plano de três fases, segundo o presidente dos EUA, Joe Biden:
A primeira prevê um cessar-fogo de seis semanas e a retirada das forças israelenses de áreas povoadas do território palestino. Nesse período de um mês e meio, seriam iniciadas negociações para chegar a uma nova etapa do acordo.
A segunda fase teria o fim dos combates e a troca de reféns israelenses por prisioneiros palestinos, além da libertação de mulheres e crianças. O cessar-fogo poderia durar mais tempo se as negociações continuarem.
A última fase incluiria a libertação de todos os reféns em Gaza.
No final de maio, Biden pediu ao governo israelense que resista à “pressão” de quem apoia um conflito “interminável”. O presidente norte-americano também ressaltou que a normalização das relações de Israel com a Arábia Saudita é um objetivo a longo prazo, dizendo que o país pode integrar uma “rede de segurança regional”. O chefe da Casa Branca também citou um grande programa de reconstrução em Gaza, onde os civis estão vivendo “no inferno”, que ocorreria no fim do processo de trégua.
Segundo o líder americano, esse é “momento decisivo”, mas reconheceu que “nada era simples”. O Hamas disse na quinta-feira que estava disposto a uma trégua na Faixa de Gaza que incluiria um “acordo abrangente sobre uma troca” de prisioneiros, mas exige que Israel interrompa seus bombardeios. As informações são do portal de notícias G1.