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Mundo Israel não descarta expansão da guerra para o Líbano durante conversa com os Estados Unidos

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Avaliação da inteligência americana concluiu que seria difícil para Israel ter sucesso em uma guerra contra o Hezbollah em meio aos contínuos combates em Gaza

Foto: Reprodução
Avaliação da inteligência americana concluiu que seria difícil para Israel ter sucesso em uma guerra contra o Hezbollah em meio aos contínuos combates em Gaza. (Foto: Reprodução)

O presidente americano Joe Biden enviou seus principais assessores ao Oriente Médio com um objetivo crucial: impedir a eclosão de uma guerra total entre Israel e o grupo fundamentalista libanês Hezbollah.

Israel deixou claro que considera insustentável a troca regular de tiros entre suas forças e o Hezbollah ao longo da fronteira e pode lançar em breve uma grande operação militar no Líbano. “Preferimos o caminho de um acordo diplomático”, disse o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, na sexta-feira (5), “mas estamos nos aproximando do ponto em que a ampulheta vai virar”.

As autoridades americanas estão preocupadas com a possibilidade de o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, ver uma luta ampliada no Líbano como fundamental para sua sobrevivência política, em meio a críticas internas sobre o fracasso de seu governo em impedir o ataque do grupo terrorista Hamas em 7 de outubro, que matou cerca de 1,2 mil pessoas e resultou em cerca de 240 reféns levados para Gaza.

Em conversas particulares, o governo americano advertiu Israel contra uma escalada significativa no Líbano. Se isso acontecesse, uma nova avaliação secreta da DIA (Defense Intelligence Agency) constatou que seria difícil para as FDI (Forças de Defesa de Israel) serem bem-sucedidas porque seus ativos e recursos militares estariam muito dispersos devido ao conflito em Gaza, de acordo com duas pessoas familiarizadas com essas descobertas. Um porta-voz da DIA não fez comentários.

Dezenas de funcionários do governo e diplomatas conversaram com o jornal americano The Washington Post para esta reportagem, alguns sob condição de anonimato para discutir a delicada situação militar entre Israel e o Líbano.

O Hezbollah, um adversário de longa data dos EUA, com combatentes bem treinados e dezenas de milhares de mísseis e foguetes, quer evitar uma escalada maior, de acordo com autoridades americanas, que dizem que o líder do grupo, Hasan Nasrallah, está tentando evitar uma guerra mais ampla.

Em um discurso na sexta-feira, Nasrallah prometeu uma resposta à agressão israelense, ao mesmo tempo em que deu a entender que poderia estar aberto a negociações sobre a demarcação de fronteiras com Israel.

O Secretário de Estado Antony Blinken deve chegar a Israel na segunda-feira, 8, onde discutirá medidas específicas para “evitar uma escalada”, disse seu porta-voz, Matt Miller, antes de embarcar em um avião para o Oriente Médio.

“Não é do interesse de ninguém – nem de Israel, nem da região, nem do mundo – que esse conflito se espalhe para além de Gaza”, disse Miller. Mas esse ponto de vista não é aceito de maneira uniforme pelo governo de Israel.

Desde o ataque do Hamas em outubro, as autoridades israelenses têm discutido o lançamento de um ataque preventivo contra o Hezbollah, segundo autoridades americanas. Essa perspectiva tem enfrentado oposição constante dos EUA devido à probabilidade de atrair o Irã, que apoia os dois grupos – uma eventualidade que poderia obrigar os Estados Unidos a responder militarmente em nome de Israel.

As autoridades temem que um conflito em grande escala entre Israel e Líbano supere o derramamento de sangue da guerra entre Israel e Líbano em 2006, devido ao arsenal substancialmente maior de armas de precisão e de longo alcance do Hezbollah.

“O número de vítimas no Líbano poderia ser de 300 mil a 500 mil e implicaria em uma evacuação maciça de todo o norte de Israel”, disse Bilal Saab, especialista em Líbano do Middle East Institute, um think tank de Washington.

O Hezbollah pode atacar Israel de forma mais intensa agora, em comparação ao conflito passado, atingindo alvos sensíveis como usinas petroquímicas e reatores nucleares, e o Irã pode ativar milícias em toda a região. “Não acho que isso se limitaria a esses dois antagonistas”, disse ele.

A ameaça de um conflito mais amplo continuou a crescer no sábado, quando o Hezbollah lançou cerca de 40 foguetes contra Israel em resposta ao suposto assassinato do líder sênior do Hamas, Saleh Arouri, e de outras seis pessoas em um ataque aéreo nos subúrbios de Beirute, capital do Líbano, dias antes.

Nas últimas semanas, os tiroteios regulares de Israel com o Hezbollah ao longo da fronteira tornaram-se mais agressivos, atraindo repreensões privadas de Washington, disseram autoridades americanas.

De acordo com a inteligência dos EUA analisada pelo The Post, as FDI atingiram as posições das Forças Armadas Libanesas (LAF, na sigla em inglês), financiadas e treinadas pelos EUA, mais de 34 vezes desde 7 de outubro, disseram autoridades familiarizadas com o assunto.

Os EUA consideram a LAF como a principal defensora da soberania do Líbano e um contrapeso fundamental à influência do Hezbollah, apoiado pelo Irã.

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