Terça-feira, 24 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 11 de fevereiro de 2024
Apesar dos apelos, o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu reafirmou a ofensiva no sul da Faixa de Gaza.
Foto: ReproduçãoIsrael enfrenta crescente pressão internacional contra a iminente “operação massiva” em Rafah, para onde foram mais de 1 milhão de palestinos deslocados internamente pelo conflito em Gaza. O primeiro-ministro Binyamin Netanyahu, por outro lado, reafirmou que a ação é necessária para eliminar o grupo terrorista Hamas e prometeu passagem segura para os civis.
O secretário de Relações Exteriores do Reino Unido, o ex-premiê David Cameron se disse “profundamente preocupado” com a perspectiva de uma ofensiva em Rafah. “A prioridade deve ser uma pausa imediata nos combates para fazer chegar a ajuda e retirar os reféns, e depois avançar no sentido de um cessar-fogo sustentável e permanente”, acrescentou.
Na mesma linha, o chefe de política externa da União Europeia, Josep Borrell, o primeiro-ministro da Escócia, Humza Yousaf, e a ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, alertaram que a ofensiva em Rafah seria uma catástrofe humanitária.
A Arábia Saudita, por sua vez, defendeu que o Conselho de Segurança da ONU precisa se reunir com urgência para “prevenir Israel de causar o iminente desastre humanitário em Rafah”.
Apesar dos apelos, o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu reafirmou a ofensiva no sul da Faixa de Gaza. “Vamos fazer”, disse em entrevista à rede ABC. “Daremos passagem segura para os civis, assim, eles poderão sair”, acrescentou no trecho antecipado pela emissora.
Não está claro, no entanto, para onde iriam essas pessoas já que a cidade é a última ao sul do enclave e faz fronteira com o Egito. Sem dar mais informações, Netanyahu disse apenas que Israel trabalha em um plano detalhado.
Na sexta-feira, o governo israelense ordenou as tropas que se preparassem para invasão terrestre da cidade e retirasse os civis de Rafah. Horas depois, lançou ataques aéreos que mataram 44 pessoas.
“Disseram que Rafah era seguro, mas não é. Todos os lugares são atacados”, lamentou o palestino Mohamed Saydam após o bombardeio.
A guerra foi desencadeada pelo ataque terrorista do Hamas, que matou 1,2 mil pessoas em Israel e levou cerca de 250 como reféns. A ofensiva já deixou mais de 28 mil mortos em Gaza, segundo o ministério da Saúde local, que é controlado pelo grupo terrorista Hamas.
Israel afirma que a operação em Rafah é necessária para o seu objetivo de eliminar o grupo terrorista e resiste aos pedidos de cessar-fogo que, na visão de Tel-Aviv, permitiria uma reorganização do Hamas.