Quarta-feira, 05 de março de 2025
Por Redação O Sul | 5 de março de 2025
Durante a gestão de Zonshine, Israel e Brasil protagonizaram uma série de rusgas, mas, recentemente, voltaram a se aproximar.
Foto: DivulgaçãoIsrael vai trocar seu embaixador no Brasil nos próximos meses. A mudança está prevista porque o diplomata Daniel Zonshine completou quatro anos no posto e se aposentará em breve. Durante a gestão de Zonshine, Israel e Brasil protagonizaram uma série de rusgas, mas, recentemente, voltaram a se aproximar.
Desde o começo da guerra entre Israel e o Hamas, em outubro de 2023, o embaixador israelense e o governo Lula tiveram desentendimentos públicos. Durante o primeiro mês do conflito, Zonshine se reuniu com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros líderes da oposição e, em uma entrevista, disse que faltava “empenho” do governo para ajudar no resgate de reféns do Hamas. O Itamaraty mostrou incômodo com a declaração.
Em fevereiro de 2024, Lula disse que o Exército de Israel cometia genocídio contra os palestinos e fez referência ao Holocausto durante a ditadura nazista de Adolf Hitler. “O que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino não existiu em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu. Quando Hitler resolveu matar os judeus”, disse o presidente na ocasião.
Em resposta, Israel convocou o embaixador brasileiro no país para um evento no Museu do Holocausto, atitude que foi lida pelo Itamaraty como uma humilhação. Lula foi declarado “persona non grata” pelo governo israelense, ou seja, alguém que não é bem-vindo no país. Três meses depois, o Brasil retirou seu embaixador de Israel. O posto continua vago.
Os dois lados mudaram o discurso neste ano. Lula publicou nas redes sociais um texto citando a “brutalidade indescritível” sofrida pelas vítimas do Holocausto. “Recordar seus horrores não é apenas um ato de memória, mas também um gesto de compromisso com a Humanidade diante dos perigos do extremismo que ressurge nos dias de hoje”, afirmou o presidente por ocasião dos 80 anos da libertação dos sobreviventes do campo de concentração de Auschwitz, na Polônia. A manifestação recebeu elogios públicos do embaixador israelense.
(Estadão Conteúdo)