Quinta-feira, 24 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 11 de outubro de 2019
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, comentou nesta sexta-feira (11) a destruição do posto de fiscalização da Funai (Fundação Nacional do Índio) dentro da terra Karipuna, em Rondônia. Segundo ele, há problemas e carências em vários setores. O território indígena onde o imóvel foi atacado é o mais ameaçado por queimadas no Brasil.
“Pode haver carências específicas em um local x, em um local y ou numa base… Mas isso acontece também em outros setores. Nós temos, por exemplo, problemas de recursos humanos na Polícia Federal e na Polícia Rodoviária Federal que estamos buscando resolver”, disse o ministro em entrevista durante evento em São Paulo.
O imóvel destruído em Rondônia deveria ajudar a evitar ataques criminosos à terra indígena. Ele foi construído pela empresa Santo Antônio Energia, como contrapartida pela construção da usina Santo Antônio, no Rio Madeira, em Porto Velho.
O prédio foi entregue em 2016 e custou R$ 750 mil, porém, quase não foi utilizado. De acordo com os Karipuna e o Cimi (Conselho Indigenista Missionário), fiscais chegaram a trabalhar nos primeiros meses daquele ano no posto, porém, os recursos secaram, e o prédio ficou abandonado.
Quando questionado sobre o que o Ministério da Justiça e Segurança Pública poderia fazer sobre o caso, o ministro disse que “sobre essa situação específica, teria que colher informações no âmbito da Funai”.
Em fevereiro de 2018, o Cimi e o Greenpeace denunciaram a depredação do prédio para o Ministério Público Federal. Os promotores dizem que o caso não foi levado à Justiça porque os suspeitos não foram identificados.
Karipuna x queimadas
Os karipuna têm o território mais ameaçado do Brasil quando o quesito é o número de focos em um raio de até 5 quilômetros da demarcação. Quando o critério é queimada dentro da área, a terra está entre as 20 com mais queimadas no Brasil.
O território abrange parte de Porto Velho e de Nova Mamoré. No caminho até a aldeia, pasto e gado dominam a paisagem. A floresta aparece só depois da ponte do igarapé Fortaleza, ponto de entrada na terra indígena.