Segunda-feira, 21 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 28 de agosto de 2020
O presidente Jair Bolsonaro disse que o auxílio emergencial deve ser um benefício provisório. Segundo ele, o valor das parcelas de R$ 600 pagas a informais pode ser “pouco para quem recebe”, mas “é melhor do que nada”.
“Isso não é aposentadoria, é uma ajuda emergencial. Eu sei que é pouco para quem recebe, mas ajuda, pô, é melhor do que nada”, disse o presidente na saída do Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência.
Bolsonaro afirmou que as novas parcelas, que devem ser prorrogadas até dezembro deste ano, ficarão abaixo de R$ 600, mas não especificou qual será a quantia. Ele também reclamou de apoiadores que questionam a possível redução do auxílio e disse que está carregando uma cruz “muito pesada”.
O presidente vem dizendo que a quantia deve ficar entre os R$ 200 sugeridos pela equipe econômica e os atuais R$ 600.
“Você vê, nós colocamos auxílio emergencial (inicialmente) por três meses, tem cara que reclama que é pouco, agora, custa para todo mundo R$ 50 bilhões por mês. Prorrogamos para mais dois, R$ 250 bilhões. A gente prefere até o final do ano uma importância menor do que R$ 600. Tem cara já reclamando, é o tempo todo assim”, reclamou Bolsonaro.
O presidente disse, ainda, que o País está “no limite” e insinuou que não sabe o que vai acontecer “se a economia não pegar”. “Lamento, esse vírus (covid-19) aí deu uma baqueada na gente, estávamos indo bem pra caramba”, declarou. O auxílio emergencial é visto como um dos fatores que fizeram o presidente atingir o maior índice de popularidade desde o início do governo.
Nos últimos dias, a área econômica do governo tem buscado uma maneira de viabilizar o programa Renda Brasil, que pretende ser o novo Bolsa Família. Também é discutida uma prorrogação do auxílio emergencial até o início de 2021, caso o Renda Brasil não seja aprovado antes.
Nesta semana, o presidente Jair Bolsonaro disse, durante um discurso, que não havia aprovado a sugestão de Guedes para compor o valor do Renda Brasil. Por isso, segundo o presidente, o programa ainda não está definido.
Timing
“Eu sempre repito que o timing, quem dá é a política. Nós temos as simulações todas preparadas, agora o timing, o nível de auxílio emergencial, de Renda Brasil, tudo isso são decisões políticas” , afirmou Guedes na portaria do ministério.
O governo tem discutido um valor em torno de R$ 300 para o Renda Brasil. Para isso, a equipe econômica entende que deve cortar gastos em outras áreas. Guedes sugeriu ao presidente o corte de outros benefícios sociais, como o abono salarial. Bolsonaro disse que não poderia “tirar do pobre para dar ao paupérrimo”.
Na porta do ministério, o ministro comentou que esse tipo de debate é legítimo. “É perfeitamente legítimo. ‘Olha, isso aqui está baixo, isso aqui está ruim, aquilo ali…’ Essas simulações estão sendo disponíveis”, afirmou Guedes.
Ele foi questionado se o Renda Brasil começaria a ser pago já no início do ano que vem. “Talvez antes, talvez no começo do ano que vem”, respondeu. Sobre o auxílio emergencial, o ministro disse que “a gente sabe que R$ 600 é muito e R$ 200 é pouco”. “Estamos tentando acertar os números. Mas está tudo claro, tudo tranquilo”, concluiu Guedes.