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Já passa de 900 o número de mortes pelo coronavírus, quase todas na China

(Foto: Reprodução)

Um boletim atualizado nesse domingo pela OMS (Organização Mundial da Saúde (OMS) elevou para 902 os registros de morte por infecção pelo coronavírus 2019-nCoV, quase todas na China. O número foi atingido por novos casos recentes no país asiático e superou o balanço global da Sars (Síndrome Respiratória Aguda Grave), que causou 774 óbitos em todo o mundo em 2002-2003.

Além das províncias como Wuhan e Hubei (as mais castigadas pela epidemia), foram notificados casos fatais em Hong Kong e nas Filipinas. Na noite desse domingo, uma missão internacional de especialistas partiu para a China, frisou o diretor da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus. À frente da missão está Bruce Aylward, que já chefiou outras emergências sanitárias internacionais.

No sábado, a OMS havia estimado que o número de casos de contaminação detectados diariamente na China havia se estabilizado, mas acabou fazendo a ressalva de que era cedo demais para afirmar que a epidemia havia superado o seu ápice. “Registramos um período de estabilidade de quatro dias, em que o número de casos relatados não aumentou. Isso é uma boa notícia e pode refletir o impacto das medidas de controle implementadas”, comentou um executivo da entidade ligada às Nações Unidas.

Com 2.618 novos casos confirmados nos últimos dias, agora já são quase 40 mil ocorrências em toda a China, de acordo com as autoridades de Pequim. Esse último número é significativamente menor que as quase 3,9 mil novas infecções anunciadas na quarta-feira pelas autoridades chinesas em seu relatório diário.

Para o cientista americano Ian Lipkin, da Universidade de Columbia (EUA), a epidemia pode atingir seu pico nas próximas duas semanas antes de retroceder acentuadamente, embora se espere um aumento pontual quando as pessoas retomarem maciçamente a atividade laboral. Por outro lado, o PBOC (Banco Central chinês) anunciou neste domingo que destinará 43 bilhões de dólares para ajudar empresas implicadas no combate à epidemia.

Expansão

A epidemia continua a se espalhar pelo mundo. Mais de 320 casos de contaminação foram confirmados em cerca de 30 países e territórios. Ao menos cinco novos casos (quatro adultos e uma criança, todos de nacionalidade britânica) foram anunciados na França no sábado, elevando para 11 o total no país europeu.

Na própria China, a morte – na sexta-feira – de um jovem médico que havia sido repreendido por ter dado o alerta no final de dezembro continuava causando polêmica, em um país onde as informações são rigorosamente controladas. O médico, que morreu vítima do novo coronavírus, agora é um mártir diante de autoridades locais acusadas de esconder o início da epidemia.

Intelectuais divulgaram pelo menos duas cartas abertas que circulam nas redes sociais desde a morte do doutor Li Wenliang em um hospital em Wuhan. “Chega de restringir a liberdade de expressão”, pedem dez professores de Wuhan, em uma carta que foi posteriormente apagada da rede social Weibo.

“As autoridades centrais estão determinadas a chegar à verdade e descobrir os responsáveis” pelas sanções ao doutor Li, reportou o jornal oficial em inglês China Daily.

Outra carta de ex-alunos anônimos da prestigiada Universidade Tsinghua, em Pequim, pede ao PCC (Partido Comunista Chinês) que pare de fazer da “segurança política a única prioridade”. O regime comunista reagiu anunciando na sexta-feira o envio de uma comissão de inquérito a Wuhan, isolada do resto do mundo desde 23 de janeiro – medidas de confinamento continuam sendo estritas em várias cidades, onde dezenas de milhões de pessoas permanecem trancadas em casa.

Voos suspensos

Em Hong Kong, os 1,8 mil turistas confinados em um transatlântico há cinco dias foram autorizados a desembarcar neste domingo, depois que os 1.800 tripulantes testaram negativos para o vírus. As autoridades temiam que alguns tripulantes tivessem contraído o vírus de uma viagem anterior.

Por outro lado, seis passageiros do navio de cruzeiro Diamond Princess, que está em frente à costa japonesa, contraíram o vírus, elevando o total de pessoas doentes a bordo a 70 neste domingo. Outros países estão fortalecendo suas medidas de segurança e a maioria das companhias aéreas internacionais suspenderam seus voos à China continental.

Por fim, os 34 brasileiros repatriados da cidade de Wuhan chegaram este domingo à base aérea de Anápolis, perto de Brasília, onde foram postos em quarentena. As duas aeronaves pousaram por volta das 6h, informou a FAB (Força Aérea Brasileira).

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