O ex-presidente Jair Bolsonaro, ao discursar durante o ato convocado ontem (6) a favor da anistia aos presos do 8 de janeiro, na Avenida Paulista em São Paulo, garantiu que vai continuar defendendo a pátria. Segundo Bolsonaro, “o que eles querem é me prender. Como disse, na semana passada estava aqui à esquerda. Querem me prender por quê? Acharam o dinheiro na minha cueca? Acharam o dinheiro no apartamento meu por aí? Roubei a Petrobras? Assaltei o fundo de pensão dos Correios? Eu não sou igual a eles. A grande revolta deles é que levantam tudo sobre a vida e não acham um só desvio de conduta.” Ele afirmou que negar a participação dele no pleito do ano que vem é “negar a democracia” e “escancarar a ditadura do Brasil”. O ex-presidente sugeriu que o objetivo dos seus adversários, seria assassiná-lo:
– O que eles querem? Não me prender. Eles querem me matar, porque eu sou um espinho na garganta deles, porque eu mostrei pra vocês que o Brasil tem jeito”, afirmou Bolsonaro.
Ato reuniu sete governadores
Além de senadores, deputados e líderes políticos, o ato realizado na Avenida Paulista para pressionar pela anistia aos envolvidos na baderna do 8 de Janeiro contou com a presença de sete governadores aliados: Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Jorginho Melo (PL-SC), Romeu Zema (Novo-MG), Wilson Lima (União-AM), Mauro Mendes (União-MT), Ratinho Júnior (PSD-PR), Ronaldo Caiado (União-GO). A vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão (PP), e o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), também participaram.
Sérgio Moro: “se manifestantes tivessem roubado a Petrobrás, estariam livres”
O senador Sergio Moro (União-PR) comparou, ontem (6), a diferença entre as condenações dos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023 e as aplicadas no âmbito da extinta operação Lava Jato:
— Se esses manifestantes tivessem roubado a Petrobras, eles estariam livres. O povo brasileiro não aceita que sejam soltos os ladrões e que esses manifestantes sofram penas tão excessivas. Tenho dito que esse é o momento que o Supremo Tribunal Federal deveria dar um passo atrás e rever essas penas para baixo”, declarou.
197 deputados já assinaram pedido de urgência para votar o PL da Anistia
De acordo o Placar da Anistia do Estadão, mais de um terço dos 513 parlamentares da Câmara dos Deputados apoia o PL da anistia aos presos do 8 de Janeiro. Já são 197 votos a favor da anistia, segundo o levantamento, faltando 60 votos para atingir a maioria absoluta da Câmara.
Líder da oposição, Luciano Zucco: “Anistia não é movimento isolado ou partidário”
Em nota, a liderança da oposição na Câmara dos Deputados avaliou a dimensão do ato realizado ontem na Avenida Paulista em favor da Anistia. Segundo o deputado Luciano Zucco (PL-RS), que assina a nota, “foi uma das maiores manifestações populares da nossa história recente. Milhares de brasileiros, vestindo verde e amarelo, ocuparam as ruas de forma pacífica e democrática, em um clamor claro e legítimo pela Anistia dos presos do 8 de Janeiro. A expressiva presença da população demonstra que este não é um movimento isolado ou partidário, mas sim um grito coletivo por justiça, equilíbrio e respeito aos direitos fundamentais. Esse mar verde e amarelo que tomou a Paulista reforça ainda mais nosso compromisso com a articulação do Projeto de Lei da Anistia no Congresso Nacional. Seguiremos firmes na defesa do Estado Democrático de Direito, garantindo que todos tenham seus direitos preservados e que os excessos sejam revistos à luz da Constituição.”
Como tirar R$ 100 mil da cartola todo mês? Aprenda com o deputado Arthur Lira
A conta da compra da nova mansão em Brasília, do deputado Arthur Lira (PP-CE), ex-presidente da Câmara dos Deputados, não fecha. Só fazendo mágicas. Segundo o jornalista Paulo Cappelli, os números não guardam lógica. Calculem: a mansão foi comprada por R$ 10 milhões. Foram R$ 7 milhões financiados e R$ 3 milhões de entrada. Financiamento de R$ 7 milhões gera R$ 100 mil por mês, valor estimado da parcela, segundo simulações. Lira declara salário líquido de R$ 35 mil: e seu patrimônio declarado à Justiça Eleitoral nas eleições de 2022 foi de R$ 5,9 milhões. Duas constatações: o valor da nova mansão representa quase o dobro dos bens e do dinheiro que Lira possuía três anos atrás. O valor da parcela supera 3 vezes o salário de Lira na Câmara dos Deputados. Reina silêncio.
Prefeito assina decreto proibindo obrigatoriedade da vacina contra Covid-19
O prefeito Luciano Pinto da Silva assinou decreto que proíbe a vacinação obrigatória contra a Covid-19 no município de Arroio do Sal, no litoral Norte gaúcho. De acordo com o decreto, “a vacinação contra a Covid-19 será considerada uma escolha pessoal, e nenhuma pessoa poderá ser coagida a receber a vacina contra a sua vontade”. Na justificativa, o prefeito menciona que o decreto “visa garantir a autonomia e a liberdade individual dos cidadãos em relação à vacinação contra a covid-19” e menciona diversos estudos da comunidade científica brasileira e internacional questionando os possíveis efeitos colaterais da vacina.
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