Quarta-feira, 23 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 23 de abril de 2025
Janja esteve com o papa também em algumas ocasiões.
Foto: Ricardo Stuckert/DivulgaçãoA primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, chorou ao falar da morte do papa Francisco. A esposa de Luiz Inácio Lula da Silva recordou o encontro recente com o pontífice e as cartas enviadas pelo religioso a Lula durante o período que o petista ficou preso em Curitiba, no Paraná.
De acordo com Janja, o casal acordou mais tarde na segunda-feira (21) data do óbito de Francisco, por ser feriado, e soube da notícia por volta das 8h quando ela foi verificar as primeiras mensagens no celular.
Em entrevista para a colunista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S. Paulo, Janja exibiu as cartas trocadas pelo papa e Lula. Segundo ela, o contato foi importante para o presidente superar período de desesperança logo após a morte do neto.
“Ele passou por diferentes momentos naqueles 580 dias [de prisão]. Houve momentos de desesperança. E aquele era o momento em que o Arthur [neto de Lula de 7 anos] tinha morrido. Ele [Lula] estava realmente bastante abalado, e talvez por isso escreveu uma carta ao líder espiritual. Para que ele pudesse também, né… por mais que as pessoas estivessem ali fora na vigília [referindo-se aos apoiadores acampados na Superintendência da Polícia Federal], a mensagem do papa Francisco naquela circunstância foi fundamental para ele saber que estava no caminho certo, da busca da inocência”, afirmou a primeira-dama, com a voz embargada.
“Foi a mensagem de um líder espiritual, para [Lula] saber “Deus está contigo”. Eu acho que isso deu muita força para ele. Falar desses momentos da prisão do meu marido, e da morte do Arthur… Mas, enfim”, continuou, chorando.
Na entrevista, a Janja ainda destacou que a primeira viagem de Lula após deixar a prisão foi para visitar Francisco. Ela esteve com o papa também em algumas ocasiões. O último encontro foi no começo do ano após uma das internações do pontífice.
Lula e Janja já confirmaram presença no funeral do papa, marcado para este sábado (26), a partir das 5h (horário de Brasília). O Planalto ainda não divulgou detalhes da viagem.
O corpo do papa Francisco foi colocado no altar principal da Basílica de São Pedro na manhã desta quarta-feira (23), após o caixão aberto ter sido levado ao local em procissão solene que partiu capela da Casa Santa Marta, passando por diferentes pontos do Vaticano.
Cardeais de chapéu vermelho, padres e frades carregando velas, além de guardas suíços de capacete, caminharam lentamente ao lado do caixão. Um coro masculino cantava salmos e orações em latim, enquanto os grandes sinos da Basílica badalavam.
O corpo do líder da Igreja Católica ficará exposto na Basílica de São Pedro até sexta-feira (25), permitindo que os fiéis prestem homenagens ao pontífice. A segurança foi reforçada no local, que recebe milhares de católicos.
O Vaticano informou que o caixão será fechado às 15h de sexta (no horário de Brasília), 20h no horário de Roma.