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Janja convida cônjuges para Cúpula do G20 e obriga reforço de servidores de última hora

No ano passado, por exemplo, Janja foi com Lula ao G-20 em Nova Délhi, na Índia. (Foto: José Cruz/Agência Brasil)

Um convite recente enviado pela primeira-dama do Brasil, Rosângela da Silva, a Janja, a cônjuges dos líderes globais que estão presentes na Cúpula do G20 obrigou o Itamaraty a fazer uma convocação extra de servidores, de última hora, para atuar no Rio.

A existência do convite consta em mensagem interna do governo federal. No memorando, a Secretaria-Geral das Relações Exteriores convocou mais 20 servidores da chancelaria para reforçar o atendimento a mulheres e maridos dos chefes de Estado e de governo.

O Estadão questionou a equipe de Janja e a Presidência da República sobre quando os convites foram enviados, a que países e se haveria alguma programação do G20 para as primeiras-damas, em caráter oficial ou privado, mas não recebeu resposta até a conclusão desta reportagem.

Os diplomatas e oficiais de chancelaria convocados também irão colaborar na segurança de ministros de países estrangeiros, que, na ausência de seus líderes, serão os chefes de suas delegações – caso por exemplo do chanceler russo, Serguei Lavrov.

A convocação foi dirigida a 10 secretarias do Itamaraty com pedido de “designação de um diplomata e de um servidor de cada secretaria para que possam exercer funções de apoio, no período de 14 a 20 de novembro, no Rio de Janeiro”. Os secretários deveriam indicar os dois nomes ainda na sexta-feira passada, dia 8, portanto, de forma rápida para permitir providências de viagem a tempo.

O número de diplomatas em início de carreira designados para apoio a autoridades já alcançava 60. Eles trabalham na função de diplomata de ligação, o “DipLig”, que facilita o contato com o governo e trata de questões operacionais, como deslocamento, hospedagem e recepção das autoridades. Eles ficam a serviço das autoridades convidadas, exercendo funções protocolares e atendendo sua demandas, durante toda a estada no País, desde a chegada no aeroporto até o retorno.

A reportagem presenciou um diplomata do Itamaraty desembarcando no Rio nessa quinta-feira. Sem credenciamento, teve de ser acompanhado até um escritório do G20 por seguranças para se integrar à equipe do ministério.

Sem informações

O Estadão apurou que, como não havia programação prevista antes, algumas primeiras-damas abdicaram de vir ao Brasil — caso das da Noruega e do Reino Unido, entre outras. As delegações não haviam recebido informações sobre a agenda oficial destinada a cônjuges de líderes. Publicamente, o Itamaraty também não divulgou informações a respeito.

É comum que ocorram reuniões ou mesmo atividades culturais destinadas a mulheres e maridos de chefes de Estado e de governo. No ano passado, por exemplo, Janja foi com Lula ao G20 em Nova Délhi, na Índia. Além de assistir a reuniões oficiais, visitou um templo na capital indiana e fez uma deposição de flores no mausoléu de Mahatma Gandhi, o Raj Ghat. Pela distância, Lula não conseguiu levá-la ao Taj Mahal, um desejo seu.

Em Paris, ela foi recepcionada por Brigitte Macron, mulher do presidente francês, Emmanuel Macron, a um piquenique no Jardim do Perfumista, no Palácio de Versalhes. O programa ocorreu durante a Cúpula para Novo Pacto Financeiro Global. Brigitte é uma das primeiras-damas previstas para desembarcar no Rio. Entre outras, virão Emine Erdoğan, da Turquia, e Begoña Gómez, da Espanha, segundo diplomatas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

 

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