O deputado federal André Janones (Avante-MG) relacionou o ataque a tiros contra o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, ocorrido nesse sábado (13) com o atentado sofrido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro na campanha eleitoral de 2018 e disse que a “fakeada” fez escola. O termo é usado para sugerir que o ocorrido em Juiz de Fora (MG) em 2018 foi uma armação, em uma suposição que já foi descartada pela Polícia Federal (PF).
“Agora sabemos o que o miliciano [em referência pejorativa a Jair Bolsonaro] foi fazer nos EUA assim que deixou a presidência. É a ‘fakeada’ fazendo escola”, afirmou Janones. Em outra postagem, o mineiro fez outra associação com o atentado de Juiz de Fora: “Pelo menos dessa vez lembraram de providenciar o ‘sangue’”.
A postura de Janones, que integra a base do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Congresso Nacional, diverge do Palácio do Planalto. Em nota oficial, o presidente afirmou que “o atentado contra Trump deve ser repudiado veementemente por todos os defensores da democracia e do diálogo na política”. No dia 6 de setembro de 2018, Bolsonaro foi vítima de uma facada no abdômen desferido por Adélio Bispo de Oliveira. Desde que o atentado ocorreu, peças de desinformação sobre o caso circulam pela internet. Entre as suposições sem provas estão que o episódio foi uma armação e que não houve sangue após o ataque, o que é desmentido pela Polícia Federal (PF).
Aliados de Bolsonaro, por sua vez, também associaram a facada de 2018 com o atentado sofrido por Trump, mas para culpar a esquerda de promover violência política. Já se sabe que o atirador deste sábado foi identificado como Thomas Matthew Crooks, de 20 anos. Ele era registrado como eleitor republicano (o mesmo partido de Trump) na Pensilvânia.
Trump foi retirado às pressas do palco, depois que tiros interromperam o comício em que ele discursava em Butler, na Pensilvânia. Ele tinha manchas de sangue visíveis na orelha quando foi levado pela equipe de seguranças. As autoridades americanas apuram o caso para saber, de fato, o que ocorreu. O atirador e um dos apoiadores do ex-presidente que participava do comício foram mortos, informou o promotor do Condado de Butler, Richard Goldinger.
Em uma postagem na sua rede social “Truth Social”, Trump afirmou que o atentado que sofreu não adiará sua viagem para a convenção republicana, que começa nesta segunda-feira (15).
“Com base nos terríveis eventos de ontem, eu ia adiar minha viagem para Wisconsin e a Convenção Nacional Republicana por dois dias, mas acabei de decidir que não posso permitir que um ‘atirador’ ou potencial assassino force mudanças no cronograma, ou em qualquer outra coisa. Portanto, partirei para Milwaukee, como planejado, às 15h30 [16h30 no horário de Brasília] HOJE. Obrigado!”, escreveu Trump.
Neste domingo, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, fez um breve pronunciamento na Casa Branca sobre o atentado contra Trump. No discurso, Biden disse que ordenou uma investigação independente sobre o ataque no comício e afirmou que Trump recebeu um reforço na sua segurança e terá todos os recursos para garantir sua proteção.