Começaram neste domingo (31) as eleições gerais do Japão, em que o primeiro-ministro Fumio Kishida espera conquistar um público fatigado pela pandemia com promessas de gastos, enquanto os conservadores, há muito no poder, buscam um novo começo.
Kishida se tornou líder do PLD (Partido Liberal Democrata) há um mês, depois que Yoshihide Suga renunciou ao cargo após apenas um ano, em parte devido ao descontentamento público com sua resposta à crise da Covid-19.
Após uma onda recorde de infecções que obrigou a realização dos Jogos Olímpicos de Tóquio a portas fechadas, os casos despencaram e a maioria das restrições foi suspensa.
Embora isso possa aliviar a frustração de alguns eleitores, o PLD – que governa quase continuamente desde 1950 – provavelmente perderá assentos e poderá ter problemas para manter sua maioria e seu comando, apontam analistas.
Kishida, de 64 anos, prometeu criar um novo pacote de estímulo de dezenas de trilhões de ienes para conter o impacto da pandemia na terceira maior economia do mundo. Ele também delineou planos para distribuir a riqueza de forma mais justa sob o chamado “novo capitalismo”, embora os detalhes até agora permaneçam vagos.
Porém, os 106 milhões de eleitores do Japão não parecem muito “entusiasmados com o novo primeiro-ministro”, segundo Stefan Angrick, economista da Moody’s Analytics. “Kishida enfrenta ventos contrários por avaliações fracas e uma oposição mais coordenada, mas a melhoria da situação da Covid-19 e as perspectivas econômicas são fatores a seu favor.”
Em todo o Japão, 1.051 candidatos concorrem nas eleições para a câmara baixa do Parlamento. Nas últimas décadas, os votos contra o PLD foram divididos entre vários grandes partidos da oposição, mas desta vez cinco partidos rivais decidiram cooperar em uma tentativa de diminuir seu domínio.