Por Redação O Sul | 22 de maio de 2018
Jô Soares, 80 anos, será um dos comentaristas da Copa do Mundo da Rússia pelo canal Fox Sports Brasil. O canal de TV por assinatura confirmou a contratação do ex-apresentador da Globo nesta terça-feira (22).
Ele deve se unir a outros especialistas em futebol no programa Debate Final, fazendo leituras sobre os jogos do torneio, com liberdade para dar sua visão própria para o tema. Os horários e dias de transmissão ainda não foram confirmados.
“O que mais me atrai é o desafio. Não consigo dispensar um convite para falar sobre um assunto que sempre me fascinou com a possibilidade de errar”, afirmou o humorista e apresentador.
Jô havia comentado sobre o convite anteriormente, em entrevista ao canal do YouTube MyNews, comandado pela jornalista Mara Luquet, embora não tivesse confirmado sua participação.
Conhecido por comandar, ao longo de praticamente 30 anos, programas de entrevista como Jô Soares Onze e Meia (de 1988 a 1999) e o Programa do Jô (de 2000 a 2016), o apresentador se interessa pelo esporte desde jovem.
Em 1950, aos 12 anos, Jô assistiu de dentro do Maracanã a derrota do Brasil para o Uruguai, na final da Copa daquele ano. Anos mais tarde, essa experiência se transformou em crônicas que compõe o livro “A copa que ninguém viu e a que não queremos lembrar” (1994), escrito pelo humorista ao lado de Armando Nogueira e Roberto Muylaert sobre a derrota na final de 1950 e a eliminação do Brasil nas quartas de final em 1954.
Em 1994 Jô também teve sua primeira experiência com a cobertura de uma Copa do Mundo. No SBT, o apresentador foi enviado aos Estados Unidos para apresentar de lá o talk show Jô na Copa.
“Parou quando tinha que parar”
Derico, um dos músicos do Sexteto do “Programa do Jô”, falou dos quase 30 anos ao lado do apresentador Jô Soares. O flautista e saxofonista acredita que Jô soube o momento correto de encerrar a atração que comandava nas madrugadas da TV Globo.
“Dá saudade. Passou a história do Brasil na nossa frente por 28 anos. A hora de parar quem delimitou foi o próprio Jô. Ele parou na hora que tinha que parar e nos avisou. Cada um seguiu seu caminho”, contou.
“Houve uma época que a gente era um grupo que tocava todo dia no ar. [No programa] a gente tocava 10, 15 segundos. Eu fazia shows e as pessoas falavam: ‘cara, não sabia que você tocava uma música inteira'”, recorda.
Mas quem pensa que o sonho do músico era estar na TV, engana-se. “Entrei um ano depois que o Jô entrou no ar… Eu falava ‘nunca vou entrar em um programa desses'”. Segundo o músico, os bastidores do que viu ficarão conhecidos em breve: “Estou escrevendo um livro, meu quarto. É a história dos meus 28 anos lá dentro, desde o começo no SBT”.
