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Jogadores da Argentina cantam música racista em festa do título da Copa América

A música foi feita para zombar a seleção francesa, adversária da Argentina na final do Mundial do Catar em 2022. (Foto: Conmebol/Twitter)

Os jogadores da Argentina foram flagrados cantando uma canção racista e transfóbica na madrugada dessa segunda-feira (15), após a conquista do bicampeonato da Copa América. No ônibus que levava a equipe, o volante Enzo Fernández, do Chelsea, transmitia a festa da seleção albiceleste em seu perfil no Instagram.

Durante a transmissão, os companheiros de equipe do meio-campista começaram a reproduzir um canto preconceituoso que se popularizou na Copa do Mundo do Catar. “Eles jogam pela França/mas são de Angola/que bom que eles vão correr/se relacionam com travestis/a mãe deles é nigeriana/o pai deles cambojano/mas no passaporte: francês”, afirma a canção.

A música foi feita para zombar a seleção francesa, adversária da Argentina na final do Mundial do Catar em 2022. Ao perceber o que estava sendo cantado, o jogador alertou os colegas de que estava ao vivo e fechou a live na rede social.

A transmissão não ficou salva no perfil do atleta, mas foi capturada por seguidores. O vídeo do momento em que a música é cantada foi publicada nas redes sociais e acabou viralizando. O grito faz referência a ancestralidade dos jogadores franceses, visto que muitos são filhos de imigrantes, e a um boato de que o atacante Kylian Mbappé já se relacionou amorosamente com uma mulher trans, a modelo Inès Rau. Durante o torneio no Catar, um grupo de torcedores argentinos viralizou ao entoar a canção preconceituosa em um programa de televisão do canal TyC Sports.

Repúdio francês

O zagueiro francês Wesley Fofana, do Chelsea, usou as redes sociais para condenar a canção racista. “O futebol em 2024: racismo desinibido”, escreveu o francês.

Fofana é um dos cinco franceses do Chelsea, clube do volante Enzo Fernández. Segundo a rádio RMC, o grupo francês do clube londrino está muito irritado com a situação. Alguns deles deixaram de seguir o jogador argentino nas redes sociais. Além de Fofana, o Chelsea conta com outros quatro franceses: os zagueiros Disasi e Badiashile, o lateral Malo Custo, o meia Ugochukwu e o atacante Nkunku. Nenhum jogador argentino se manifestou sobre o caso até o momento.

Já a Federação Francesa de Futebol (FFF) se posicionou e informou que vai recorrer à Fifa e à Associação de Futebol da Argentina para punir os jogadores argentinos.

“Perante a gravidade destas declarações chocantes, contrárias aos valores do desporto e dos direitos humanos, o presidente da FFF decidiu questionar diretamente o seu homólogo argentino e a FIFA e apresentar uma queixa judicial por comentários insultuosos de natureza racial e discriminatória”, diz o comunicado oficial publicado nessa terça-feira pela FFF.

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