Domingo, 20 de abril de 2025

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Política Jogo político: “Faltou ao governo comunicar a herança que encontrou”, diz o chefe da comunicação de Lula

Compartilhe esta notícia:

Sidônio Palmeira fala dos motivos que levaram o governo a ter piora nos índices de aprovação. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O homem responsável pela imagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do seu governo, o baiano Sidônio Palmeira foi o marqueteiro da campanha presidencial do petista, em 2022, contra Jair Bolsonaro, e, desde janeiro, comanda a Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência da República.

Sua chegada ao cargo ocorreu simultaneamente à divulgação de dados de pesquisas que mostraram a queda da aprovação popular do presidente. Sidônio é das figuras mais relevantes do Palácio do Planalto atualmente. Quase todo dia a agenda presidencial exibe um despacho matinal do ministro com Lula.

Em entrevista ao jornal O Globo, o marqueteiro fala dos motivos que levaram o governo a ter piora nos índices de aprovação e detalha as iniciativas que podem fazer Lula virar o jogo da popularidade.

1) Foram muitas e variadas as razões apontadas pelos meus entrevistados para a queda da popularidade do presidente desde o fim do ano passado. Qual a sua explicação para o que aconteceu?

Acho que há duas questões estruturais e outras mais agudas de dezembro para cá. Primeiro, considero que hoje em dia há uma nova forma de comunicação com o advento das redes sociais, que traz aspectos positivos, mas também outros problemas como consequência. A extrema direita avança em vários países como Argentina, Estados Unidos, Polônia, Hungria, Itália etc. Há pessoas tatuando suástica com a maior naturalidade pelo mundo, e, enquanto isso, uma outra anomalia acontece: ódio e fake news estão engajando muito nas redes e dando dinheiro.

2) Reclamar que a direita só engaja porque espalha mentiras na internet não é uma espécie de “mimimi” da esquerda, que também reproduz fake news no embate público?

Fake news é errado e tem que ser condenada independentemente de que lado esteja. Agora, um fato é que eles, da direita, são mais atuantes nas redes, e eu acredito que temos que fazer comunicação trabalhando com a verdade apenas. Até porque a verdade pode conquistar pessoas, basta ter criatividade. O segundo ponto que queria abordar é que, no Brasil, quando o governo assumiu, faltou comunicar qual herança encontrou. Como estava a educação? E a saúde? De que maneira enfrentamos a pandemia de um jeito caótico? Estivemos diante de um país destruído, com muitos programas encerrados. Havíamos retornado para o Mapa da Fome. Tudo na vida é uma questão de referência. Se você tem um copo que está pela metade, mas não diz que ele estava vazio antes, a metade vai ser considerada pouco.

3) E por que essa comunicação não foi feita?

Informação na ponta não depende apenas de comunicação, mas também da política. E aí tem uma questão que é muito importante ligada a três conceitos: expectativa, gestão e percepção. O ideal é que essas três coisas estejam alinhadas. A expectativa com relação ao presidente é alta até pelos governos anteriores que ele fez, especialmente o segundo mandato, entre 2007 e 2010, em que Lula saiu com mais de 80% de aprovação. A gestão também já tem entregas, o governo fez muita coisa nesses dois anos. Voltamos a ser a décima economia do mundo. Foram tiradas 24 milhões de pessoas da Fome, quase um estádio de futebol por dia. O Mais Médicos dobrou, o Pé de Meia é um programa que atinge milhões de jovens e tem uma porta de saída, não sendo apenas uma política pública inerte. Ainda falta a informação de tudo isso chegar na ponta para a percepção das pessoas mudar.

4) Em uma rápida fala com jornalistas no início do mês, o senhor disse que “todos os ministros têm responsabilidade na queda de popularidade do presidente” e ficou parecendo um puxão de orelhas na equipe…

Não foi puxão de orelhas, mas em um governo todo mundo tem responsabilidade, sim. Não acho que tenhamos que nos guiar pela popularidade, mas sim pela obrigação de informar bem para a população os serviços que estão sendo entregues. Popularidade será consequência.

5) Felipe Nunes, da Quaest, tem escrito sobre a tese do fim da gratidão do eleitor na relação com o estado e que programas como o Bolsa-Família seriam considerados mais do que obrigação dos governos…

Fim da gratidão? Olha, as pessoas querem saber quais são as entregas de um governo, o que está sendo feito, mesmo sendo a partir de retomadas de programas. Por exemplo, no caso do Bolsa-Família, que você citou. Foram 4,7 milhões de pessoas durante esse período do presidente Lula que deixaram o programa para conseguir um emprego. Isso mostra que o Bolsa-Família é um instrumento para tirar as pessoas da linha de pobreza. O Minha Casa, Minha Vida, agora vai atingir a classe média. O Farmácia Popular está com 100% dos remédios gratuitos com fralda geriátrica. Tudo isso é importante para o povo. (Com informações do jornal O Globo)

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Política

Governo ainda não tem plano para falta de R$ 10,9 bilhões para gasto mínimo com educação e saúde em 2027, diz o ministro da Fazenda
Os dilemas de Lula na disputa acirrada pelas vagas de ministro do Superior Tribunal de Justiça
https://www.osul.com.br/jogo-politico-faltou-ao-governo-comunicar-a-heranca-que-encontrou-diz-o-chefe-da-comunicacao-de-lula/ Jogo político: “Faltou ao governo comunicar a herança que encontrou”, diz o chefe da comunicação de Lula 2025-04-17
Deixe seu comentário
Pode te interessar