Sexta-feira, 29 de novembro de 2024
Por Marcelo Almeida | 12 de novembro de 2021
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Você pode até não gostar de videogames, jogos de celular ou mesmo um jogo de cartas, mas saiba que empresas com as quais que você interage utilizam diversas técnicas e mecânicas dos jogos para engajar, interagir e aprender com seus clientes. O termo chamado Gamification (ou gamificação/ludificação) foi cunhado pelo britânico Nick Peeling em 2002, e significa aplicar mecânicas e conceitos de jogos em contextos empresariais.
O Instagram por exemplo utiliza uma série de contextos de jogos para manter seus usuários engajados por horas na plataforma, como por exemplo a Influência Social (relacionamento entre usuários, chat, compartilhamento e engajamento por postagens), Não Previsibilidade (a busca constante por novidades dos amigos e páginas) e a Escassez (lives e conteúdos disponíveis por um período limitado. Há outras empresas que trabalham o contexto de Significado ou Propósito Maior, como o Waze que cria um ambiente colaborativo de mobilidade.
O que as empresas buscam quando aplicam a Gamificação em suas estratégias? Resultados a partir do engajamento. Um dos principais usos dos contextos de jogos está na educação, como uma forma de acelerar e otimizar os treinamentos de funcionários ou cursos oferecidos pelas empresas. O engajamento também gera maior impacto na receita pois aumenta a recorrência de produtos e serviços, transforma clientes em promotores da marca e possibilita novas formas de interação que não são necessariamente comerciais, valorizando o reconhecimento da empresa perante eles. Porém o principal benefício é a geração de dados mensuráveis de resultados das ações, bem como das interações das pessoas com as estratégias, acelerando a aprendizagem e favorecendo o desenvolvimento de novos produtos e serviços que sejam mais conectados aos desafios e necessidades dos clientes.
Pode parecer distante, mas mesmo para pequenas empresas os conceitos e mecânicas de gamificação estão disponíveis e podem ser utilizadas de forma bastante simples. Um cartão fidelidade por exemplo traz mecânicas de pontuação, progresso e recompensa, trazendo maior recorrência ao produto ou serviço. Rankings ou patentes também são formas de engajar clientes e funcionários para gerar um relacionamento competitivo saudável ou um sentimento de pertencimento e relacionamento mais profundo com as marcas. Todavia é importante ressaltar que mesmo simples ações precisam compor uma estratégia bem definida, pois mesmo a inserção de uma camada de diversão e engajamento no contexto empresarial pode gerar desconexão com o propósito ou competitividade excessiva dentro da organização.
É provável que no futuro próximo a gamificação se torne uma ferramenta estratégica de gestão além de uma simples solução de recursos de jogos, visto que o investimento nessa área cresce de forma constante e mais de um bilhão de pessoas se consideram jogadores ativos de alguma plataforma de entretenimento, conforme a estimativa do M2 Advisory Group. O lado positivo para quem consome é que haverá cada vez mais investimento em experiências interessantes com os produtos e serviços que consumimos.
Marcelo Almeida | Federasul Divisão Jovem
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.