O ministro-chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, é hoje o nome mais cotado para assumir a vaga de Rosa Weber no Supremo Tribunal Federal (STF). Nas últimas semanas, Messias ganhou força na disputa interna com o ministro da Justiça, Flávio Dino, para a cadeira antes ocupada por Rosa, que se aposentou no fim de setembro.
As apostas no chefe da AGU cresceram ainda mais nessa sexta-feira (3), depois que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu com ele, no Palácio do Planalto. Ao sair do encontro, Messias tinha várias chamadas não atendidas no telefone celular. Disse que não entendia de onde haviam surgido os rumores sobre sua nomeação.
No Palácio do Planalto, no entanto, ministros admitiam, sob reserva, a possibilidade da indicação de Messias até o fim deste mês. Em grupos de WhatsApp, comentários sobre a “vitória” de Messias foram comemorados por dirigentes e parlamentares do PT.
A cúpula do partido defende a nomeação do chefe-da AGU, um evangélico considerado leal ao presidente e à causa social. Nos bastidores, petistas criticam Dino, sob o argumento de que ele tem como objetivo um projeto pessoal de ser presidente da República.
O titular da Justiça trata do assunto com bom humor. “O ministro Rui Costa (Casa Civil) acabou de me garantir que minha exoneração (do Ministério da Justiça) não está pronta”, afirmou Dino na quarta (1º). “Esta também é uma notícia de interesse geral.”
Até agora, porém, Lula ainda não tomou uma decisão sobre o Supremo Tribunal Federal. Embora o nome de Dino tenha perdido força, nem mesmo os mais próximos auxiliares de Lula arriscam dizer que a ida dele para a Corte esteja totalmente descartada.