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Jornalista que chutou refugiados é demitida e denunciada por crime

Cinegrafista Petra Laszlo será acusada de incitação à violência e poderá pegar até cinco anos de prisão. (Fotos: Reprodução)

A cinegrafista húngara Petra Laszlo pode pegar cinco anos de prisão por ter sido flagrada agredindo refugiados que tentavam fugir da polícia, perto da fronteira da Sérvia, nesta semana. Ela já foi demitida do canal de televisão N1TV, da Hungria, e será denunciada à Justiça local por partidos da oposição. Segundo a emissora, Petra “reconheceu sua ação, embora não tenha dado explicações” sobre seu comportamento.

Denúncia. 

O partido de esquerda Coalizão Democrática, do ex-primeiro-ministro social-democrata Ferenc Gyurcsány, e o partido Együtt-PM anunciaram  que denunciarão a repórter por agredir refugiados. Ela será acusada de incitação à violência e poderá pegar até cinco anos de prisão.

Já o Comitê Helsinque pelos direitos humanos assinalou que, como o repórter chutou várias pessoas, se condenada pelo crime poderia enfrentar uma pena de prisão de entre um e sete anos, já que os fatos têm o agravante de a violência ter sido dirigida contra membros de um coletivo.

As imagens mostram centenas de imigrantes correndo entre um cordão policial. Cercada por colegas de profissão, Laszlo faz com que um homem que carrega uma criança tropece e chuta um outro menino que passa correndo.

Emissor nega ser de extrema-direita. 

A N1TV é considerada a favor do partido de extrema-direita Jobbik, que é radicalmente contrário à imigração e também defende ideias neonazistas. Porém, o diretor da emissora, Szabolcs Kisberk, disse  que o comportamento de Petra “não corresponde aos valores representados pelo veículo, tanto a nível humano, como profissional”. “É inadmissível”, frisou.  O executivo ressaltou ainda que sua rede tem como base “valores de respeito” para com os outros.

Muro da Vergonha. 

No Facebook foi criada a página “Muro da vergonha Petra László”, que já conta com mais de 16 mil “curtidas”. Nelas são recolhidas notas publicadas sobre o caso no mundo, desde Estados Unidos até países árabes, em que os usuários criticam o comportamento da repórter.

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