Quarta-feira, 25 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 4 de outubro de 2023
A mineira Gabriela Lacerda, 21 anos, sempre quis furar o centro da orelha, ela achava chique ter um estilo de piercing conch na região, mas nunca teve muita coragem porque ouvia as pessoas dizendo que a cicatrização era muito chata. Porém, recentemente, ela decidiu vencer o medo e realizou o procedimento. E então tudo começou a dar errado.
Em um vídeo publicado no TikTok, que viralizou, a estudante de medicina relata que pegou uma infecção bacteriana dentro da orelha e segundo ela mesmo, quase morreu por conta disso.
Gabriela afirma que o furo doía nos primeiros dias, mas que estava em contato com a profissional que realizou o procedimento e que a mesma dizia que estava tudo normal. Depois do quarto dia, a orelha da estudante estava vermelha, inchada e começou a sair um pus verde. “Foi a pior dor da minha vida”, disse a jovem.
“Cada vez inchando mais, eu percebi que aquilo não estava normal. Até uma casquinha começou a sair do machucado. Liguei novamente para a moça que furou minha orelha e ela disse que iria precisar tirar porque algo tinha dado errado no procedimento. Foi a pior dor da minha vida, chorei muito, mas tirei e voltei para casa”, afirmou no vídeo.
Segundo Gabriela o aspecto, porém, ficava pior e sua orelha ficava cada dia mais inchada. Ela então se automedicou com um antibiótico, mas o remédio não fez efeito. Foi quando um professor da faculdade dela disse que ela precisava ir para um hospital para fazer uma cirurgia de emergência.
A estudante foi internada, precisou receber anestesia geral e ficar entubada por algumas horas. Após a cirurgia, ela ainda sofreu contrações involuntárias do lado esquerdo e os médicos não sabiam explicar o motivo pelo qual aquilo estava acontecendo.
“Fiquei três dias no hospital até parar de sentir dor totalmente e receber alta. Tenho que tomar antibiótico pelos próximos dez dias e fazer uma limpeza diária na minha orelha, mas apesar de tudo ter dado errado, deu tudo certo e estou bem”, afirma.
Riscos da perfuração
O piercing é uma forma de modificação do corpo humano através de furos na pele com a aplicação posterior de metais e joias. No Brasil, a prática é muito comum, no entanto, ela pode apresentar riscos para a saúde quando não realizada da maneira correta.
O piercing pode deixar a região onde for colocado mais suscetível a infecções bacterianas, lesões dermatológicas e até mesmo consequências mais graves, como a transmissão de vírus do HIV ou da hepatite B, em caso de materiais contaminados com sangue que não tenham sido esterilizados.
No caso das infecções, quando avançadas podem levar bactérias a se espalharem pela corrente sanguínea e provocar danos em outros órgãos do corpo. Outras complicações incluem alergias, sangramentos excessivos e formação de queloides (cicatrizações que formam protuberâncias na pele).
Como evitar uma infecção
Para evitar os riscos de alguma consequência à saúde, os médicos alertam para que o procedimento seja realizado apenas em locais especializados, que utilizem equipamento descartáveis, como agulhas não reutilizáveis e luvas cirúrgicas, e que realizem a devida higienização durante todo os processos.
Outro ponto reforçado pelos especialistas são os cuidados para evitar as infecções posteriores ao momento do furo, como não encostar na área com as mãos sujas, não consumir alimentos gordurosos que aumentam as chances de inflamação e manter a região limpa.
Além disso, é importante evitar dormir sobre a área que foi perfurada e que, em caso de sinais de uma possível infecção – como dores e inchaço por um período prolongado e presença de pus – o atendimento médico seja procurado imediatamente.
Vacinação atualizada
Especialistas recomendam ainda que, antes de realizar o furo, a pessoa tenha a vacinação de tétano e hepatite B atualizada, pois são doenças que, assim como o HIV, podem ser transmitidas em caso de materiais contaminados. Orienta-se também que não se coloque o item em momentos de baixa imunidade pois essa resposta imune mais baixa dificultará o combate do corpo a possíveis microrganismos em contato como o local da perfuração.