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Jovem que recebeu o primeiro transplante de rosto e mãos do mundo após ter 80% do corpo queimado diz ter recebido uma “segunda chance na vida”

Joe DiMeo, hoje com 24 anos, afirma que, apesar das mudanças físicas, permanece o mesmo por dentro. (Foto: Reprodução)

Joe DiMeo, hoje com 24 anos, foi a primeira pessoa do mundo a passar por um transplante facial e de mãos ao mesmo tempo. Agora, cinco anos após ter sofrido o acidente que transformou a sua vida, o jovem americano diz ter encontrado o amor – e afirma que, apesar das mudanças físicas, permanece o mesmo por dentro.

“Quero compartilhar a minha história para dar esperança às pessoas no mundo”, disse DiMeo em 2021, meses após ter feito as cirurgias. “Tive uma segunda chance na vida, não há desculpa para não estar motivado ou não fazer minha terapia. Sempre há luz no fim do túnel.”

Em julho de 2018, ele voltava para casa depois de ter feito um plantão noturno. Cansado, dormiu no volante e perdeu o controle do veículo, que capotou e pegou fogo. Antes do carro explodir, no entanto, DiMeo foi resgatado das ferragens por motoristas que passavam pelo local.

Ao todo, ele ficou com 80% do corpo coberto por queimaduras de terceiro grau e passou três meses em coma induzido. Suas pálpebras e lábios derreteram e o rosto ficou desfigurado. Todos os dedos de suas mãos foram amputados. Quando acordou, precisou voltar para a casa dos pais e começou a depender deles para atividades cotidianas.

Nove meses mais tarde, os profissionais responsáveis pelo caso de DiMeo o encaminharam ao médico Eduardo Rodriguez, diretor do programa de transplante de face, professor de cirurgia plástica reconstrutiva e chefe do centro de cirurgia plástica do hospital NYU Langone. Na época, o especialista afirmou que o jovem era seu “paciente mais motivado”.

“Ele é jovem, saudável, e com a importante qualidade de ser o paciente mais motivado que eu já conheci. Essa característica é essencial para sobreviver à cirurgia e a todo o processo pós-operatório, que envolve muita fisioterapia”, ressaltou Rodriguez em entrevista coletiva.

As cirurgias foram realizadas em agosto de 2020. Na época, já tinham sido feitos cerca de 50 transplantes de rosto e mais de 100 de mãos no mundo, mas foi a primeira vez que as duas operações ocorreram simultaneamente. O procedimento de DiMeo mobilizou mais de 80 profissionais, que foram divididos em seis equipes cirúrgicas.

O rosto recebido foi doado por uma vítima de derrame que morreu aos 48 anos. Ao jornal britânico “Daily Mail”, DiMeo afirmou que “não foi estranho” ganhar a face de alguém com quase o dobro de sua idade, já que ele estava “completamente pronto para recomeçar a vida”.

Foi lendo sobre as cirurgias de DiMeo que a enfermeira Jessica Koby, de 32 anos, ficou inspirada pela visão positiva que o jovem ainda mantinha. Ela resolveu enviar a ele uma mensagem no Instagram e não demorou para que os dois compartilhassem o que tinham em comum – como o amor pelos cães, por exemplo.

“Desenvolvemos um relacionamento inicialmente à distância, e depois me mudei para ficar mais perto dele. Tem sido ótimo desde então”, disse Jessica ao “Daily Mail”. “Eu amo que ele é gentil e corajoso. Com tudo o que ele passou, ele continua a ser positivo e leve.”

Após anos de fisioterapia, DiMeo começou a recuperar sua independência e voltou a dirigir. Para ele, “nada mudou” além de sua pele, e conseguir voltar a fazer coisas por conta própria é uma grande conquista. O jovem afirma que, quando foi queimado, não estava “procurando por amor”, mas sabia que isso aconteceria um dia.

“Estou escrevendo um livro e, agora, também procuro por casas, porque nosso apartamento é pequeno para nós no momento. Também gostaria de ter meu próprio carro”, contou ele. “Vou tomar remédios para o resto da minha vida. Tomo uns 15 por dia. Os três principais impedem que meus transplantes sejam rejeitados.” As informações são do jornal O Globo e de agências internacionais de notícias.

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