Domingo, 22 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 28 de julho de 2022
O jovem de 19 anos, que preferiu não se identificar, que recebeu uma “pizza falsa” de um empresário de Teresina falou sobre o caso nesta quinta-feira (28). O rapaz disse que está sendo vítima de difamação porque, segundo ele, o Pix falso foi uma “brincadeira” com a pizzaria e que ele está recebendo ameaças.
O caso aconteceu na segunda-feira (25), quando o jovem resolveu passar um “trote” para a pizzaria, segundo ele. Com a repercussão do caso, ele disse que está sendo criticado pelo que fez.
“Era só uma brincadeira que se transformou em uma crítica social, as pessoas me julgando. Aí a pizzaria ainda mandou um brinquedozinho, que achei chato porque eu que dei um golpe de R$ 300, da onde que eu fiz isso?”, questionou o jovem.
O proprietário da pizzaria, Robson Costa, enviou uma pizza “falsa” – apenas a massa – ao suspeito, após receber um comprovante fraudado de um Pix. Ele informou, também, que registrou boletim de ocorrência sobre o caso na Polícia Civil.
Depois de ter recebido uma pizza e refrigerante “falsos”, o jovem que tentou dar o golpe do Pix falso na pizzaria respondeu ao estabelecimento com um texto bíblico, tentando justificar a prática como quem “roubou para comer”.
Segundo o empresário, o rapaz enviou uma mensagem que faz referência ao versículo 30 do capítulo 6 dos provérbios bíblicos, que diz: “O ladrão não é desprezado se, faminto, rouba para matar a fome”.
Ameaças
O jovem apontado como autor do Pix falso disse que depois que a pizzaria divulgou alguns dados seus nas redes sociais, no momento da entrega da pizza, ele passou a receber ameaças.
“Tem várias pessoas mandando mensagem, falando coisas, até ameaças estou recebendo”, declarou.
Outro empresário da região, Antônio Menezes, contou que o mesmo número usado pelo suspeito já tinha entrado em contato e enviado comprovantes de Pix que não caíam na conta, com valores de R$ 20.
No dia da entrega da pizza “falsa”, Robson gravou a montagem da entrega denunciando o golpe. Assim, o empresário percebeu que a mesma pessoa denunciada por Robson estava em contato com ele tentando comprar uma refeição e cervejas.
“Ele já tinha feito um pedido que foi entregue, só que o rapaz não passa o endereço, ele manda endereço de uma casa onde fica na porta. Ele diz que a casa não tem número, pede pra avisar quando o entregador sair, porque o quarto dele é forrado, ele não escuta no portão e que vai esperar na porta. Nesse dia ele mostrou o Pix no celular e o entregador olhou e confiou”, disse.
Delegado diz que crime é estelionato
O delegado Anchieta Nery, titular da delegacia de crimes de informática, destacou que o ato configura crime de estelionato e que a população estar mais esperta evita esse tipo de crime.
“Você tem que criar uma logística pra saber se aquele dinheiro efetivamente caiu na conta, usar o QR que já vem nas maquinetas de cartão, ou ter funcionário com acesso a conta. Tivemos o caso do dono dessa pizzaria, achei muito bacana, é ótimo ver ladrão se dando mal. Evitamos crimes com vítimas mais espertas”, disse.
Ele orientou ainda que é fundamental que as vítimas procurem a polícia para responsabilizar os autores desses crimes. “A gente alerta há anos e demora dois, três anos, pra reduzir os casos. Quem faz isso está cometendo estelionato, que pode vir a ser qualificado e quem foi vítima pode procurar a Polícia Civil, que é um procedimento fácil, simples de ser feito, a prova que não tem discussão. A gente precisa responsabilizar criminalmente essas pessoas”, disse.