Um adolescente de 19 anos precisou ser levado ao hospital e fazer uma cirurgia no pulmão depois de seu órgão sofrer quatro colapsos seguidos. Segundo a equipe médica, o problema foi acarretado pelo vício do jovem em fumar vape, cigarros eletrônicos, com frequência.
Draven Hatfield, de West Virginia, nos Estados Unidos, começou a fumar quando tinha apenas 13 anos porque achava que era uma “tendência bacana”. Agora com 19 anos, ele afirma que vaporizava apenas nos finais de semana, quando se tornou um hábito constante de “todos os dias e o tempo todo”.
Os médicos do hospital revelaram que os pulmões do rapaz pareciam de um “homem que fumava três maços de cigarros por dia há pelo menos 30 anos”. Hatfield começou a fumar vapes maiores que tem mais potência e sabor do que os tradicionais, depois mudou para cigarros eletrônicos descartáveis.
“Pelo menos uma vez por dia eu o reabastecia, às vezes uma vez a cada dois dias. Mudei para os vapes descartáveis e provavelmente usei um descartável a cada dois ou três dias. Eu não fumava antes de começar a vaporizar. Durante um período, fumei enquanto vaporizava provavelmente cerca de um mês e meio, e então parei”, revela o garoto.
Em dezembro de 2021, com apenas 17 anos, Hatfield foi para o hospital pela primeira vez após sentir fortes dores no peito esquerdo e cãibras na região. Ele foi diagnosticado com pneumotórax espontâneo, ou seja, quando o pulmão é invadido por bolhas de ar que se rompem e enchem o pulmão de ar, dificultando o trabalho do órgão e a respiração.
A equipe disse que é o início súbito de um pulmão em colapso. Os sintomas incluem dor aguda no peito que piora com respiração profunda ou tosse, batimentos cardíacos acelerados e fadiga. Na maioria dos casos, a causa de um pulmão colapsado é desconhecida, mas fumar é um dos fatores de risco e os especialistas acreditam que o vaping também pode ser.
Dois meses depois, em dezembro de 2021, seu pulmão direito também começou a apresentar os mesmos sintomas. Na ocasião, ele estava fumando o cigarro eletrônico. Foi quando ele pensou que seus problemas poderiam estar relacionados ao hábito e decidiu parar.
“Eu apenas senti um pequeno estalo e, como já havia passado por isso, eu sabia o que era. Estava respirando de forma diferente e toda vez que eu engolia, sentia um pequeno beliscão no meu lado”, disse o garoto.
Mesmo parando de fumar, seu pulmão entrou em colapso uma quarta e última vez em fevereiro de 2022, enquanto ele estava na escola. Os médicos precisaram realizar uma cirurgia para remover as bolsas de ar de seu pulmão direito.
Hoje, o garoto está bem, ainda se recupera das sequelas de seus atos sentindo muitas dores no peito e faz campanha de conscientização para jovens pararem de usar o aparelho.
“Fiquei muito chateado. Achei que vaporizar era melhor do que fumar e estava preocupado com meu futuro. Eu estava muito assustado. ‘Isso me fez perceber o quão perigoso o vaping pode ser”.
Para parar de fumar, Hatfield disse que mascou chiclete de nicotina para “enganar a mente”, foi abaixando os miligramas até usar chicletes normais e não sentir mais falta de vaporizar.
Dados do Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido (NHS) mostram que quase um em cada dez alunos do ensino médio na Inglaterra são vapers regulares, o dobro da proporção em 2014. Nos Estados Unidos o número também é alarmante: um em cada 10 alunos do ensino fundamental e médio usa vapes.
Além dos sabores e cores adequados para crianças, os especialistas também culparam as mídias sociais por glamourizar os dispositivos nos últimos anos. O TikTok e o Instagram também estão repletos de indivíduos que se oferecem para vender os produtos para os jovens.