Sábado, 26 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 14 de dezembro de 2015
Tremer é uma resposta do corpo a alguma situação que cause nervosismo, cansaço, frio ou febre, por exemplo. Mas algumas pessoas tremem constantemente, principalmente quando o corpo está em ação, e esse tremor fica mais evidente quando ela está ansiosa ou sendo observada.
Esses sinais são frequentes nos casos de uma doença chamada tremor essencial, que não causa nenhum outro transtorno neurológico, e afeta 5% da população mundial. “O tremor essencial é um transtorno crônico e pode ser lentamente progressivo, podendo haver piora do tremor”, afirma o neurologista Leandro Teles, que integra a da Academia Brasileira de Neurologia.
Ele explica que o tremor pode gerar dificuldades motoras se for muito intenso, atrapalhando atividades que exijam destreza, como segurar um talher ou uma xícara de café, escrever, abotoar uma camisa, fazer um desenho etc. A doença tem seu pico de incidência entre 20 e 30 anos de idade (apesar de ter casos que iniciam antes, aos 15 anos, e também após os 50, 60 anos).
“Além da nítida dificuldade motora, pode haver um certo constrangimento, uma vez que o tremor é interpretado pelos outros como sinal de insegurança ou de nervosismo”, aponta o médico. “Isso pode atrapalhar em atividades sociais, levando a quadros de mais ansiedade e de frustração”, destaca.
Segundo Teles, os casos devem ser avaliados por especialistas, que vão indicar o tratamento adequado, levando em conta a intensidade, o perfil psíquico, a profissão e a expectativa do paciente diante da doença.
Embora não tenha cura, o tremor essencial pode ser tratado com medicação. E, em casos muito específicos, é recomendada a cirurgia. Porém, alerta Teles, nem todos os pacientes necessitam de medicação. “O tratamento padrão é feito com medicamentos de uso regular. Existem algumas opções e o médico decidirá por uma ou outra a depender do caso. A efetividade do tratamento e os efeitos colaterais variam de um caso a outro”, afirma o médico.
Causas.
Acredita-se que o tremor essencial seja de origem genética, uma vez que familiares de um portador da doença têm mais chance de ser acometidos. Porém, ainda não se descobriu quais seriam os genes envolvidos.
Fatores de risco.
Ter alguém na família com tremor essencial é um fator de risco importante. Quando isso acontece, é chamado de tremor familiar.
Mas acredita-se também que algumas pessoas com o tremor essencial estejam em maior risco para desenvolver doença de Parkinson, embora esta relação ainda seja controversa.
Expectativas.
Embora ainda sem cura, o tremor essencial pode ter grande melhora quando tratado corretamente, apontam especialistas. Evidentemente, existem formas mais difíceis, que melhoram pouco, e outras bastante refratárias, ou seja, que não respondem a pelo menos dois tratamentos padrão. Via de regra, entretanto, a melhora está em torno de uma faixa que vai de 60 a 80%.