A campeã olímpica Rafaela Silva se defendeu em entrevista coletiva após ser pega em exame antidoping no mês passado. A coletiva foi realizada nesta sexta-feira (20) e teve a presença do diretor presidente do Instituto Reação, o ex-judoca Flávio Canto, do bioquímico Luiz Cláudio Cameron e do advogado da judoca, Bichara Neto. O exame foi realizado no dia 9 de agosto, durante os Jogos Pan-Americanos de Lima, no Peru. Segundo a atleta, o exame deu positivo para o uso da substância fenoterol (um broncodilatador).
“Dei positivo para fenoterol. Não tomo remédio ou bebida alcoólica, só gel de carboidrato nos intervalos da luta. Não pego garrafinha de ninguém e sempre tive muito cuidado. Estou na mira da Wada [Agência Mundial Antidoping] desde 2009. Sempre fiz meus testes e sempre cumpri a programação. Fiquei sabendo há algum tempo. Mas como o Flávio falou, não tinha nada concreto ainda, o resultado dos exames. Já competi depois, fiz outro exame e deu negativo”, declarou a competidora. O outro exame realizado foi feito no dia 29 de agosto, no Mundial de Judô, em Tóquio. De acordo com Flávio Canto, o exame dá força à tese de que a medalhista é inocente. Rafaela afirma que a contaminação pode ter acontecido de forma acidental, durante uma brincadeira com uma criança que utilizava a substância, e que desta forma a química teria entrado em contato com o seu organismo.
A medalhista olímpica poderá apresentar sua defesa em relação ao contato com a substância e, se inocentada, poderá competir as Olimpíadas 2020. Ela não está suspensa, ou seja, seguirá treinando e competindo normalmente até o caso ser julgado pela Federação Internacional de Judô. Na próxima semana, haverá uma definição se Rafaela perderá o ouro conquistado em Lima.